Primeiro Jeep civil, modelo CJ-2A faz aniversário de 75 anos

Modelo é o primeiro da linha CJ, que teve mais de 1,5 milhão de veículos fabricados entre 1945 e 1985, inclusive no Brasil

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Jeep CJ-2A (Jeep | Divulgação)
Por AutoPapo
Publicado em 18/07/2020 às 15h50

Há exatos 75 anos, em 17 de julho de 1945, nascia o primeiro Jeep destinado ao uso civil: o CJ-2A. Baseado no modelo MB, desenvolvido para as forças militares dos Estados Unidos alguns anos antes e muito utilizado durante a Segunda Guerra Mundial, o projeto incorporou evoluções, como porta traseira (que jogou o estepe para a lateral), faróis maiores e tampa de combustível externa.

Assista ao vídeo com a história da Jeep:

Uma característica interessante é que o CJ-2A foi o primeiro a ter grade dianteira com sete fendas: o MB tinha nove aberturas. Essa característica perdurou nos modelos seguintes e passou a identificar todos os produtos Jeep, que posteriormente tornou-se marca. Porém, naquele momento, o modelo ainda era fabricado pela Willys Overland.

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Em relação ao MB, o Jeep CJ-2A ganhou uma transmissão aprimorada, batizada de T-90. O motor, porém, era o mesmo, apelidado de “Go-Devil” pelos militares. No mais, o veículo era equipado com uma caixa de transferência Spicer 18 e eixos flutuantes (Dana 25 na frente e Dana 23-2 atrás), que foram mantidos nos modelos seguintes.

Com o CJ-2A, a Willys tinha como público-alvo agricultores e trabalhadores da construção. O Jeep podia ser equipado com assentos extras (dianteiro e traseiros), tomadas de força para implementos agrícolas, guincho, removedor de neve e outras ferramentas.

Outras opções ainda eram espelho retrovisor central, capota de lona, ​​guincho, elevador hidráulico traseiro, cortador de grama, limpadores de para-brisa duplos a vácuo, lanternas traseiras duplas, aquecedor, degraus laterais e protetor da escova do radiador.

Jeep CJ: o início da linha

O CJ-2A não teve vida tão longa: a produção durou quatro anos e terminou em 1949. Contudo, a produção durante esse período atingiu 215 mil unidades e a família CJ, abreviação de civilian jeep (Jeep civil, em tradução livre) foi mantida no mercado. Em 1949 foi introduzido o CJ-3A: o sucessor passou a ter para-brisas de peça única e eixo traseiro mais forte.

O modelo foi atualizado em 1953, tornando-se o CJ-3B. Naquele ano, a Willys-Overland foi vendida para Henry J. Kaiser por US$ 60 milhões. A Kaiser Company iniciou um extenso programa de pesquisa e desenvolvimento que ampliaria a gama de produtos Jeep. Dois anos depois, a companhia introduziu o CJ-5, baseado no M-38A1 de 1951, usado na Guerra da Coreia. Em relação ao CJ-3B tinha distância entre eixos e comprimento total maiores.

Além disso, o CJ-5 trouxe melhorias em motor, eixos e transmissões. As linhas de estilo eram mais suaves, incluindo contornos arredondados da carroceria. Mais de 600 mil unidades foram contabilizadas até o final da produção em 1983, um dos maiores sucessos da marca Jeep.

O CJ-3B permaneceu em produção até 1968 e um total de 155.494 unidades foram fabricadas nos Estados Unidos. Nos 16 anos de propriedade da Kaiser, fábricas foram estabelecidas em 30 países e veículos Jeep foram comercializados em mais de 150 mercados.

Aos 20 anos, modelo começou a ganhar potência

Em 1965, o novo motor V6 Dauntless foi introduzido como opção tanto para o CJ-5 quanto para o CJ-6. Com 155 cv, quase dobrou a potência do propulsor padrão. Foi a primeira vez que um Jeep CJ pôde ser equipado com um V6.

Em 1970, a Kaiser Jeep foi adquirida pela American Motors Corporation (AMC). Em 1978, a produção total de veículos Jeep atingiu 600 veículos por dia, mais de três vezes a produção no início da década. A partir de 1973, todos os CJs tinham motor V8 da AMC, de 5 litros ou 5,9 litros. O CJ-5 e o CJ-6 receberam ainda eixos mais robustos, freios maiores e bitola mais larga.

A primeira grande mudança no design da Jeep em 20 anos veio em 1976, com o CJ-7. A distância entre eixos era 25 cm maior que o CJ-5 a fim de permitir espaço para uma transmissão automática. Pela primeira vez, o CJ-7 ofereceu teto de plástico moldado e portas de aço como opcionais.

O CJ-7, com entre eixos de 2,37 m, e o CJ-5, com 2,12 m, foram produzidos até 1983, quando a demanda pelo modelo maior deixou a AMC sem escolha a não ser descontinuar o CJ-5, após 30 anos de produção.

O Scrambler, introduzido em 1981, era ​​semelhante ao CJ-7, mas com maior distância entre eixos. Conhecido internacionalmente como CJ-8, estava disponível nas versões com teto removível ou com capota. Menos de 30 mil Scramblers foram fabricados até 1985, tornando-os extremamente desejados entre colecionadores. Em 1987, a AMC foi encampada pela Chrysler.

Jeep CJ também foi feito no Brasil

Em 1954, o Jeep CJ-3B começou a ser montado em São Bernardo do Campo (SP) pela Willys-Overland do Brasil. Tinha grade frontal e capô mais altos que o antecessor militar, a fim de acomodar o novo motor Hurricane. O CJ-5 chegou ao país em 1957: em 1967, as operações da Willys foram adquiridas pela Ford, mas o modelo permaneceu sendo fabricado até 1982.

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Jeep CJ-3B Willys montado no Brasil

Houve também o CJ-6, com entre eixos alongado (2,56 m), introduzido em 1956 e produzido até 1975. Quase idêntico ao CJ-5, ele podia ter quatro portas e entre os brasileiros, ganhou o apelido de “Bernardão”, em referência à cidade paulista onde era fabricado.

Linha Jeep CJ foi substituída pelo Wrangler

O Jeep CJ-7 foi substituído em 1986 pelo Jeep Wrangler, que trouxe mais tecnologia, mas preservou o estilo tradicional. O modelo segue no mercado até hoje, estando na quarta geração. Em 2018, a Jeep lançou a picape Gladiator, que é uma espécie de herdeira do CJ-8.

No total, foram produzidos mais de 1,5 milhão de veículos CJ, mantendo não apenas o estilo básico de carroceria por 40 anos desde que apareceu pela primeira vez, como também a capacidade off-road.

Fotos Jeep | Divulgação

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2 Comentários
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Rodrigo MARTINIANO 6 de agosto de 2020

Muito importantes no Jeep são os ângulos de entrada e de saída extremamente reduzidos (“zerados”), ou seja, rodas dianteiras o mais próximo possível da frente e rodas traseiras o mais próximo possível da traseira do veículo.
Somente a tração nas quatro rodas é insuficiente para evitar que um veículo atole, sem poder sair do atoleiro, pois:
– PRIMEIRO – para desatolar, as rodas precisam manter contato com o terreno, PRECISAM TRACIONAR;
– SEGUNDO – se houver frente e traseira compridas (além das respectivas rodas), quem atola primeiramente são a frente e/ou a traseira compridas (além das respectivas rodas), E AÍ A TRAÇÃO simplesmente ACABA.

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Rodrigo MARTINIANO 6 de agosto de 2020

Muito importantes no Jeep são os ângulos de entrada e de saída extremamente reduzidos (“zerados”), ou seja, rodas dianteiras o mais próximo possível da frente e rodas traseiras o mais próximo possível da traseira do veículo. Somente a tração nas quatro rodas é insuficiente para evitar que um veículo atole sem poder sair do atoleiro, pois: – PRIMEIRO – para desatolar, as rodas precisam manter contato com o terreno, PRECISAM TRACIONAR; – SEGUNDO – se houver frente e traseira compridas (além das respectivas rodas), quem atola primeiramente são a frente e traseira compridas (além das respectivas rodas), E AÍ A TRAÇÃO simplesmente ACABA.

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