Jeep Renegade já não vende como antes e isso acontece de propósito

Antes com pegada mais popular e status de SUV mais vendido no Brasil, modelo foi “arrochado” para abrir espaço a concorrentes da Fiat

jeep renegade 2023 500 mil unidades fabricadas
Jeep Renegade subiu de patamar de preços para dar espaço para Pulse e Fastback (Foto: Jeep | Divulgação)
Por Leonardo Felix
Publicado em 08/10/2022 às 13h03

Desde que surgiu em nosso mercado, o Jeep Renegade se tornou queridinho do público. Seu jeito de SUV quadrado, com forte apelo visual, porém amigável em termos de dirigibilidade, logo conquistou o consumidor brasileiro. Não à toa, somos o país no qual o modelo tem seu melhor desempenho em vendas em todo o mundo.

Ao longo dos anos, nos acostumamos a ver o Renegade sempre na briga para ser o SUV mais vendido do País. Só que essa realidade já não lhe pertence mais em 2022. Ok, seus índices de emplacamentos continuam a despertar inveja de muitos rivais, com 37.550 no acumulado de janeiro a setembro e média de 4.172 por mês.

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Porém, para um produto que no ano passado emplacou quase 74.000 exemplares, com média de 6.159 ao mês, os números já não causam mais tanto impacto assim. Na verdade, desde que ele foi lançado, as médias de venda do Renegade só não estão piores neste ano do que estiveram em 2017 e 18, anos nos quais ele perdeu espaço para o irmão Compass.

Naquela época, o recuo era calculado, a fim de abrir alas a um produto maior e mais caro construído sobre a mesma plataforma. Depois, a Stellantis soube assentar os dois produtos e passou a capitalizar com ambos, de maneira muito forte, nos últimos anos.

Desta vez o cenário é parecido, mas não tanto. Na virada para a linha 2022, o Renegade passou por mudanças que enxugaram sua gama de versões, trocando os veteranos motores 1.8 E.torQ e 2.0 Multijet turbodiesel pelo Turbo 270 (1.3 turboflex), em configurações 4×2 automática de seis marchas ou numa inédita variante 4×4 com câmbio automático de nove velocidades.

Com isso, sua faixa de preços foi estreitada de quase R$ 90.000 (entre R$ 100.000 e R$ 185.000) para R$ 40.000 (entre R$ 130.000 e R$ 170.000), abrindo uma tendência para que se torne uma espécie de carro de nicho, ironicamente provocada pela própria Stellantis.

Jeep Renegade com sarrafo elevado

Com a chegada do Fiat Pulse, a fabricante já havia subido o sarrafo do Renegade. Agora, com o Fastback, prevê-se que ele fique ainda mais arrochado entre este último e o Compass. E o motivo para isso é bem simples: o Fastback ocupa basicamente a mesma faixa do Renegade (R$ 130.000 a R$ 160.000), mas é um produto bem mais rentável.

fiat fastback 2023 cinza frente portal
Fastback deverá provocar mais um reposicionamento do Renegade

Afinal, enquanto o Renegade usa a plataforma Small Wide 4×4, mais robusta, o Fastback utiliza uma evolução da base MP de Argo e Cronos, modelos de porte compacto e apelo mais popularesco.

Basta andar em um e em outro para sentir as diferenças de refinamento entre eles. Sim, o Fastback anda muito, tem uma dinâmica interessante e um porta-malas gigante, mas não chega perto do nível de sofisticação do primo em termos de construção de carroceria, acabamento interno, conforto, isolamento acústico e suspensão.

E assim o destino implacável vem e muda tudo que tínhamos antes como paradigma. Se antes o Renegade era galinha dos ovos de ouro, de repente já não é mais tão interessante de vender quanto um Fastback ou um Compass.

Será que os consumidores permitirão que ele se torne mesmo um produto nichado? Ou será que sua força e renome falarão mais alto e ele seguirá bom de loja, mesmo que a fórceps? Quem diria que o mais queridinho entre os SUVs brasileiros estaria a um passo de se tornar, com o perdão do trocadilho óbvio, um renegado…

Jeep Renegade – histórico de vendas no Brasil

  • 2022 – 37.550 unidades entre janeiro e setembro, média de 4.172 por mês
  • 2021 – 73.913 unidades, média de 6.159 por mês
  • 2020 – 56.865 unidades, média de 4.739 por mês
  • 2019 – 68.726 unidades, média de 5.727 por mês
  • 2018 – 46.344 unidades, média de 3.862 por mês
  • 2017 – 38.330 unidades, média de 3.194 por mês
  • 2016 – 51.563 unidades, média de 4.296 por mês
  • 2015 – 39.187 unidades entre abril (lançamento) e dezembro, média de 4.354 por mês
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11 Comentários
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Alexandre 12 de janeiro de 2024

Não sei quem vai acreditar na história que a Jeep contou para a mídia que o Renegade nos Estados Unidos saiu de linha porque o Compass era um pouco mais caro, mas muito melhor! Devem estar pensando que o consumidor brasileiro tem dez anos de idade, ou então é retardado. Basta pesquisar um pouco para descobrir que esse carro foi renegado na América porque apresenta defeitos e mau funcionamento, principalmente nos componentes computadorizados. Agora adivinha para onde estão indo as peças problemáticas dos renegades? Brasil claro! Saiu de linha lá nos EUA porque as sanções do governo para uma empresa que manda um carro para a linha de vendas com defeito de fábrica são astronômicas. Mas no Brasil não! Nós aceitamos o renegado deles sem reclamar. Aqui é o país do carnaval e do famoso jeitinho brasileiro. Eu podia dizer que o povo está sendo lesado, mas o povo não tem dinheiro para comprar carro. Lesada é a classe média, roubada por cima e por baixo!

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Gyg 24 de novembro de 2023

Melhor comprar um corcel 1979

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Paulo R 26 de novembro de 2022

Brasileiro tem alma de caminhoneiro mesmo! Adora carro a Diesel sem nem saber explicar o porquê, até pq eletrônica e Diesel em motores de pequeno e médio porte não deram certo, vide o motor da Toro Diesel e da Ranger que vivem dando problemas! Talvez pelo histórico do preço do Diesel sempre ter sido mais barato, em épocas remotas no Brasil, ou talvez por gostar de soltar fumaça preta na cara dos outros! Renegade NUNCA devia ter sido vendido com motor a Diesel, não justifica, mas se quiserem, o Compass está à venda com o novo motor a Diesel T370, é só ir lá e pagar a pechincha de quase 300.000 pra andar pouco, sair fedendo a fumaça e ter aquele barulhinho de caminhãozinho na garagem. Isso sem dizer que 90% dos fumaceiros andam na cidade! Fui!!!!

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Roberto uirá 18 de outubro de 2022

Aprecio alguns comentários do autor mas tem vezes que é difícil de engolir. O Renegade é um daqueles produtos feitos apenas para brasileiros que carece de muitas coisas e por isso tão ludibriado. Na Europa quase que não vende e perde feio para o seu concorrente da Suzuki e olha que lá não foi lançado com o velho e obsoleto motor da tritek. Lá já era o turbo americano mas lá é um fiasco e não é só pelo fato de o europeu na gostar de americanos. No Brasil até perfume com cheiro de merda mas com a bandeira USA vende. Claro que o carro tem suas qualidades e alguns amigos dizem que ele já começou enganando a elite do financiamento e cartão de crédito atrasados, brasileiros que se acham, sem contar com a equipe de vendas que parecem que comeu um javali. Kkkk… Agora com o motor renovado o brasileiro não quer mais. Kkkkkkk… Amigo, tem tanta coisa pra falar de carro, porque não começa com os banco que mal cabe uma bunda magra e vai até os preços que são os mais caros do mundo, diferente do que vi na globo outro dia que o repórter converteu 22 mil euros em reais e disse: tá vendo como o carro no Brasil é maís barato, kkkkkk… Fique bem!

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Monteiro 16 de outubro de 2022

Jeep Renegade, Jeep Compass e Toro. Problemas no trocador de calor ,pane elétrica,pane multimídia,baixa de óleo. É muitos problemas e mesmo assim vende como água.Consumidor gosta de fazer papel de trouxa mesmo.

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Paulinho 15 de outubro de 2022

Eu acho este carro, quadrado, sem linhas aerodinâmicas nenhuma, parecido com uma caixa de sapato sendo arrastada pelo vento nas ruas da cidade.
Fazer o que, tem gente que gosta.

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Silmar 9 de outubro de 2022

Até q enfim uma reportagem coerente em relação ao Renegade..o carro vende o quanto a fábrica quer, ou consegue fabricar.. vá a concessionária comprar um para ver o tamanho da fila de espera.. não tem nada de renegado!

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Rafael Itabuna Bahia 12 de outubro de 2022

Renagade carro de verdade. Renegado é a mentira.
Ver a fila, ver o valor que só aumenta, e aumentou mais em relação aos outros que se dizem concorrente.

Dúvida de tudo e vá à concessionária.

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Andre 13 de outubro de 2022

Inacreditável como fazem de bobos os consumidores! Toyota acha que pode deixar aquele escapamento marmitão e a suspensão traseira meia boca para economia naquele lixo de Corola Cross, agora a Fiat faz esse fastback derivado do Argo/Pulse ao invés da Toro, ficaria mais refinado e com suspensão multilink além do freio a disco traseiro, o Fastback tem potência e freio traseiro a tambor!!!! Igualzinho um gol bostinha…. Inacreditável descaso com o consumidor

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Rodrigo 9 de outubro de 2022

Acredito que a redução esteja mais relacionada à questão dos chips e semicondutores, afinal, agora além do Renegade e Compass, Jeep também fabrica o Commander no Brasil e, com isso, sua capacidade de produção passou a ser impactada com a falta desses componentes.

Fora isso, é curioso notar que a redução está ocorrendo o mesmo período em que ele trocou de motor 1.8 e-Torq que muitos criticavam mas que acima de tudo, era um motor MUITO robusto e confiável. Não acho que a retirada do Motor Diesel seja a causa no impacto, pois paixonites à parte, as versões à Diesel não representam nem 5% das vendas do Renegade.

Conclusão, na minha opinião : atualmente os carros são praticamente um computador sobre rodas e, com a falta de chips e semicondutores, todas as fabricantes, montadoras, SEM EXCEÇÃO, precisam fracionar o que tem para conseguir fabricar tudo o que precisam e, levando isso em consideração, todas vão priorizar o direcionamento para produtos mais caros, mesmo que com vendas menores pois o ticket médio de retorno será mais alto.

Espero que isso passe logo pois dos SUV Compactos, o Renegade é o único que merece esse título.

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Marcello 8 de outubro de 2022

Não se trata de deixar de comprar um Renegade pra comprar um Fiat ! Se trata de deixar de comprar um Renegade e também de comprar Fiat !
Tiraram o motor Diesel do modelo 4×4 pra colocar um bem mais fraco, e ainda tem analista dizendo que foi bom !
Bom pra quem ….?!

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