Mercado de veículos cai, em agosto, menos que o esperado

"os oito primeiros meses de 2020 e 2019 as vendas encolheram 35,7%, 10 pontos percentuais abaixo do que muitos pensavam"

Stellantis, Hyundai e General Motors estão suspendendo produção no Brasil
Mercado cai, em agosto, menos que o esperado (FCA | Divulgação)
Por Fernando Calmon
Publicado em 04/09/2020 às 09h01

Ao contrário de previsões catastróficas de queda de vendas de veículos em 2020 em razão da pandemia e do isolamento social, o cenário do mercado brasileiro no mês passado apontou um quadro menos ruim que o esperado.

Pelo critério mais preciso de vendas diárias, que ameniza distorções sazonais como dias úteis, agosto deste ano apresentou redução de 21% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação que considera o mês corrido a queda foi de 24,8%. Nos oito primeiros meses de 2020 e 2019 as vendas encolheram 35,7%, 10 pontos percentuais abaixo do que muitos pensavam.

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Não se trata aqui de “comemorar” uma possível queda de 20% no mercado em 2020 sobre 2019, no final do ano, mas sim que em 2021 há grande possibilidade de se repetirem os números de 2019.

Os presidentes da BMW, Aksel Krieger, e da Nissan, Marco Silva, admitiram serem estas as suas previsões para as respectivas marcas, durante o evento on-line #ABPlanOn, organizado pela Automotive Business na semana passada. Os pessimistas achavam que só em 2025 poderíamos voltar ao patamar de 2019, o que sempre achei um exagero e um cenário bastante improvável.

Os 10 modelos mais vendidos no mês passado foram, de acordo com a Fenabrave: Onix hatch, HB20 hatch, Ka hatch, Strada, T-Cross, Gol, Argo, Renegade, Kwid e Toro. Acompanhar o vai-e-vem dos números de curto prazo é como mirar a árvore e não a floresta, em momentos de volatilidade como os atuais.

Muitas vendas ficaram represadas, fábricas voltaram a operar de forma lenta e em ritmos diferentes dependendo da região do País. Só em meados deste semestre o desempenho de cada modelo tende a se consolidar, considerando lançamentos recentes e os próximos. O Nivus, por exemplo, ainda está em fase de aceleração de produção como acontece com todo modelo novo.

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Fábricas voltaram a operar de forma lenta, o que causou reflexos no mercado (foto FCA | Divulgação)

O que vem influenciando o mercado é um movimento defensivo e de antecipação de compras por parte dos compradores em relação à alta do dólar frente ao real. Óbvio que isso aconteceria com modelos importados e até os nacionais porque nenhum veículo fabricado aqui tem 100% de peças locais.

Os modelos usados estão dando sustentação a esta queda menor que o esperado. Outro indicador positivo: percentual de 70% de fichas de crédito aprovadas retoma os níveis de janeiro, de pré-pandemia.

Em agosto a VW voltou a liderar o segmento de automóveis e comerciais leves, seguida de perto pela Fiat, que também ultrapassou a GM. No acumulado dos oito primeiros meses de 2020, a empresa americana ainda está à frente, porém tecnicamente empatada com a alemã: 17,4% contra 17,3%. A italiana vem em terceiro com 15%.

Integração entre FCA e PSA avança com rapidez

Antes mesmo de concluída a fusão FCA e PSA, prevista para o primeiro trimestre de 2021, a Stellantis toma decisões estratégicas ainda não anunciadas oficialmente por questões legais. Mas o site Automotive News Europe teve acesso a um comunicado recente da FCA que pedia aos fornecedores para suspender todos os investimentos em carros compactos (no mercado brasileiro, o segmento mais vendido).

Dessa forma o sucessor do Punto, que saiu de produção na Europa em 2018, terá a mesma arquitetura CMP utilizada pela PSA nos Peugeot 208 e 2008 (ambos reservados para produção na Argentina), DS3 Crossback e Opel/Vauxhall Corsa e Mokka.

Uma das grandes vantagens da CMP é terem sido previstas motorizações térmica, híbrida e elétrica, o que significa redução substancial de custos e assim se adaptar a demandas de diferentes continentes. A lógica da fusão de marcas francesas, italianas e alemãs é a escala de produção.

Na América do Sul isso também ocorrerá em médio prazo. Além do 208, do 2008, do futuro SUV compacto da Citroën na fábrica de Porto Real (RJ) previsto para meados de 2021, os sucessores do Argo e de seu SUV-cupê (este no final de 2021) poderão compartilhar a mesma arquitetura CMP.

Outra integração considerada certa são os motores Firefly turbo de três e quatro cilindros, produzidos em Betim (MG) pela FCA para Fiat e para Jeep no ano que vem, também estarem nos Peugeot e Citroën fabricados tanto no Brasil quanto na Argentina, em até dois anos.

Mitsubishi amplia opções da linha L200

A partir da segunda quinzena deste mês, a linha de picapes médias L200 passa de cinco para oito opções. A L200 Sport teve a dianteira completamente redesenhada com certo exagero de cromados, porém estilo ousado o diferencia dos principais concorrentes.

Faróis são de duplo LED, na versão mais cara. As lanternas traseiras impressionam bem. Motor turbodiesel não mudou (190 cv e 43,9 kgfm), porém a caixa de câmbio agora é de seis marchas (cinco antes).

Há quatro opções de tração, sendo três 4×4, incluindo sistema ativo de controle de tração. Oferece sete airbags de série, alerta de ponto cego e frenagem autônoma. O ar-condicionado (bizona na frente) tem saídas pelo teto para o banco traseiro. Multimídia JBL de 7 pol.  integra-se a celulares de qualquer marca. Preços: R$ 188.990 a R$ 232.990.

frente mitsubishi l200 triton sport 2021 vermelha
Linha 2021 deu à L200 visual idêntico à similar asiática (foto Mitsubishi | Divulgação)
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