Nomes misteriosos de carros antigos: saiba o que 6 siglas significam

Em alguns casos, fabricantes preferem utilizar códigos ou iniciais em vez de nomes para batizar determinados veículos: veja alguns deles

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Gurgel X-12 (Gurgel | Divulgação)
Por Alexandre Carneiro
Publicado em 13/09/2020 às 09h34
Atualizado em 11/08/2022 às 16h26

O listão de hoje é sobre nomes de carros antigos. E não sobre quaisquer nomes: a ideia é explicar o que querem dizer números, códigos e outros caracteres aparentemente misteriosos que batizam alguns modelos. Na verdade, todos eles têm um significado.

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Na relação, entraram apenas automóveis antigos, com no mínimo 30 anos de fabricação. Ademais, todos os veículos enumerados são nacionais. Confira o listão!

1. Volkswagen 1.600 TL

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Referências a características mecânicas são relativamente comuns em nomes de carros, tanto antigos quanto novos. Um dos pontos mais destacados pelos fabricantes é a cilindrada dos motores. Há vários exemplos na indústria nacional, como Dodge 1.800, Alfa Romeo 2.300 e FNM 2.000.

A Volkswagen chegou a utilizar a cilindrada para batizar toda uma linha: são os veículos 1.600, formada por sedã (apelidado de Zé do Caixão), a perua Variant e o fastback TL.

Pois bem, já está claro o significado de 1.600. E TL? Significa Touring Luxo. Trata-se de um mome para reforçar uma imagem de sofisticação com alguma esportividade, que a Volkswagen queria transmitir ao lançá-lo.

2. Volkswagen SP1 e SP2

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Foto Volkswagen | Divulgação

Muita gente pensa que o nome dos cupês esportivos seria uma homenagem ao Estado de São Paulo, onde está localizada uma das fábricas daVolkswagen. Ocorre que a explicação oficial da marca alemã na época do lançamento foi outra: as letras SP seriam as iniciais de Sport Prototype.

Ambos os modelos compartilhavam a mesma carroceria e, visualmente, eram praticamente idênticos. Porém, tinham diferenças no motor e no interior.

O número após a sigla de Sport Prototype serve justamente para diferenciá-los. O SP1 era equipado com uma unidade 1.6 refrigerada a ar e tinha o habitáculo um pouco mais simples. Já o SP2 dispunha de propulsor 1.7 e era mais sofisticado.

3. Volkswagen Karmann Ghia TC

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Karmann Ghia TC (Volkswagen | Divulgação)

O design elaborado pelo famoso estúdio Ghia e a construção feita especialmente pela encarroçadora Karmann sempre resultou em belos cupês. O nome era uma clara referência ao papel das duas empresas na criação do veículo. Mas, e o modelo TC, o segundo e último dessa dinastia produzido no Brasil?

Nesse caso, a sigla TC significa Touring Coupé. É interessante destacar que o modelo chegou ao mercado em 1970, ao mesmo tempo que o TL (Touring Luxo, lembra-se?) e que o Fusca 1.500. Assim, os três são carros antigos contemporâneos e nacionais da Volkswagen, com certas semelhanças até nos nomes.

Enquanto o primeiro Karmann Ghia nacional era idêntico ao similar europeu, o TC era uma exclusividade local. O designer é ninguém menos que Giorgetto Giugiaro, ainda no início da carreira, quando integrava a equipe do estúdio.

4. Fiat 147

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Fiat 147

Já se perguntou porque o 147 tem esse nome? Simples: é o código do projeto, que acabou dando nome ao produto final. Inclusive, o modelo é baseado no hatch 127, que foi produzido na Itália.

Boris Feldman dirige uma das primeiras unidades do Fiat 147 movidas a álcool. Assista!

Contudo, o primeiro Fiat nacional acabou sofrendo várias modificações, que resultaram em um nome próprio. Design, suspensão e motor são diferentes do “irmão” europeu.

Vale destacar que a fabricante italiana utilizou esse recurso para dar nomes a vários de seus carros, embora quase todos, hoje, já estejam antigos: é que tal estratégia deixou de ser utilizada há algumas décadas. Embora desconhecidos no Brasil, outros mercados conheceram os modelos 124, 126, 128, 131, etc.

5. Chevrolet C-1416

chevrolet c1416 1964 veraneio de frente

O utilitário mais famoso que a Chevrolet fabricou no Brasil foi lançado em 1964, mas só passou a se chamar Veraneio em 1969. Durante os primeiros 5 anos, o modelo era conhecido como C-1416.

Naquela época, a Chevrolet identificava picapes e utilitários com a letra C. Além da C-1416, havia também a C-1404 (picape de chassi curto), a C-1414 (com cabine dupla) e a C-1505.

Posteriormente, o fabricante simplificou as coisas e passou a chamar as picapes de C-10. A Veraneio, também devidamente rebatizada, seguiu carreira até 1989, quando ganhou uma nova geração.

6. Gurgel X-10/X-12

gurgel x12 vermelho conversivel de frente
Gurgel X-12 é, possivelmente, o maior sucesso da empresa

Com a letra X, João do Amaral Gurgel homenageou os índios Xavantes. Afinal, é com a inicial dessa tribo que o empresário batizou alguns dos carros que criou. Começou com o XTC, que acabou virando X-10. Dele, veio o X-12, mais evoluído.

Embora o X10 e o X-12 fossem fruto de modificações em um mesmo projeto, outros modelos da linha Xavante tinhas características bastante distintas. Era o caso, por exemplo, do X-15, que tinha carroceria própria, maior e com quatro portas. Ou ainda do X-20, uma picape bastante particular.

No fim das contas, os nomes dessa linha de carros são tão brasileiros quanto a própria Gurgel, extinta como fabricante, mas sempre lembrada pelos apreciadores de antigos.

Fotos: Divulgação

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34 Comentários
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Lina Joan Vaccani Romero Sanson 14 de setembro de 2020

E do Passat?

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Eraldo Afonso bento 14 de setembro de 2020

Conheço todos os modelos eu inclusive possui uma TL ano 61, show de bola

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Luciano Diniz da Silva 14 de setembro de 2020

Gosto de carros antigos ..meu sonho é um opala .. mas tive Passat Variant II fusca chevette ..
Muito legal a matéria e realmente deveriam ter dado mais valor a iniciativa da Gurgel.. o Brasil deve ser um dos poucos paises de destaque no mundo que não tem uma marca própria de automóveis.. lamentável

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Altamiro de Jesus Santos 14 de setembro de 2020

Bom dia!!!
Pois é, minha conversa é una pergunta.
Não sei qual foi o motivo, porém pergunto: por que a marca Gurgel parou de ser fabricada, uma vez que é una marca brasileira? Visto que o Brasil não tem marca de automóveis própria, nosso pais e governantes deixaram desejar. Isso mostra que o patriotismo passou longe. Será que não foi meramente uma políticalha que arruinou esse avanço tecnológico automobilístico brasileiro?
Quando o presidente Lula ganhou as eleições ele declarou que iria incentivar a tecnologia no Brasil, no entanto foi banido sem na fazer. Entrou o atual presidente “Bolsonaro” é nada está a fazer, aliás, está querendo fazer: fechar o Congresso,o STF, i.plantar uma ditadura no Brasil e acabar com as empresas brasileiras, exemplo disso está a Globo que ele odeia tanto.
Nisso pais é rico, grande de povo inteligentes, só falta um incentivo dos governantes para crescer e desenvolver, mas o contrário disso, temos um presidente que procura jogar um povo contra outro, fechar empresas e banir A tecnologia brasileira. Quase toda tecnologia no Brasil vem de outros países. Aqui no Brasil mais se fala em partidarismo que em patriotismo. Isso e6uma vergonha!!!

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Sônia Maria 6 de junho de 2021

Digo, 8 anos

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Francisco Florêncio de Godoy 14 de setembro de 2020

Pioneirismo e coragem andam juntos e pioneiros e corajosos deveriam ser homenageados infelizmente isso não acontece., O Sr Amaral Gurgel deveria ter um monumento em sua homenagem,e não ser mantido sedado para não ver nem saber o destino trágico que suas fábricas e instalações tiveram .Tem uma propaganda sua onde ele aparecida em frente a a um modelo de seus veículos o CARAJÁS e dizia com esse veículo e chego a qualquer lugar e passo que tal resgatar essa propaganda em sua homenagem,fica a dica se alguém tiver??

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MAURO CHIEREGATI 14 de setembro de 2020

Tem toda razão amigo. Quem acabou com a Gurgel foi o FHC safado impedindo que tivesse acesso a financiamentos.

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José Braz Neto 14 de setembro de 2020

Apesar de tudo , Fernando Collor foi que abriu o Brasil para outras montadoras , quando denominou os carros da Ford, GMB e Wolksvag de carroças .

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Altamiro de Jesus Santos 14 de setembro de 2020

Pois é, em vez de Fernando Collor e os demais presidentes, incentivar uma marca de automóvel genuinamente (100%) brasileira, vai3e criticar as que têm é fechar as brasileiras. Vergonha de nossos governantes.

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Júlio Chadlvski 14 de setembro de 2020

Acho também q o Brasil deveria ter uma marca 100 porcento nacional inclusive na área de máquinas agrícolas …. As vezes o agricultor vende uma carga de soja pra comprar uma mangueira ou uma correia porq seu equipamento é importado…

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Anderson 28 de fevereiro de 2021

Altamiro, chegamos a ter a CBT, Compania Brasileira de Tratores, mas nào evoluiu e foi implodida, digamos.
Mas o famoso cbt 1105 foi o q abriu o nortão para ser o q é hj.

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Otacilio Diletti 14 de setembro de 2020

Tive o prazer de possuir um Karmanguia sedan, é um sp2.
Me arrependo de ter vendido.

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Sônia Maria 6 de junho de 2021

Hoje valem ouro

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Jose Carlos Molina 14 de setembro de 2020

Tive um que dizem Gurgel x o meu era documentado vw jeep pretty dakar. Idêntico ,o mesmo.

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Sônia Maria 6 de junho de 2021

Eu amava o Dakar

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Sérgio Elisio Zurita Fernandes 14 de setembro de 2020

O que significa MP Lafer? Esse carro era cópia do carro inglês MG FC 52, não é?

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Abelson Sant Ana 14 de setembro de 2020

Existia na época uma fábrica de móveis planejados chamada Lafer… então móveis planejados Lafer…

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EVERALDO CARDOSO GAVINHO 14 de setembro de 2020

Tenho um Gurgel X 12 conversível e um segundo X 12 TR ambos 1991

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Carlos Rodrigues 14 de setembro de 2020

Tive um x12 agora estou procurando um para comprar. Tens algum em vista?

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Moisés Elias de Souza junior 14 de setembro de 2020

Tenho um x12 TR 81 estou vendendo .

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Salvador de Castro Silva 14 de setembro de 2020

Bom dia!

Trabalhei 25 anos no seguimento automotivo, na área de vendas.
Sou fan do veículos antigos.
Gostaria de receber informações deste seguimento, sempre que possível.

Abraços.

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Ricardo da Costa Corrêa 14 de setembro de 2020

Muito boa a reportagem, aproveitando pra acrescentar o HB20 é o nome dado ao carro referente aos 20 anos da Hyundai Brasil,dai o nome HB20,isto em 2012.

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Adeilton barros 14 de setembro de 2020

Meu sonho de consumo a TL DA WV parabéns pela reportagem.

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Tabajara Aparecido Jorge 14 de setembro de 2020

Acho muito legal ver algumas caminhonetes Chevrolet C14 e C10 bem conservadas/restauradas.

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marcio vieira 14 de setembro de 2020

Acho elas lindas

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mariano molina 14 de setembro de 2020

Muito boa reportagem.

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Salvador Almeida 14 de setembro de 2020

Com toda dificuldade política, econômica e financeira pelas quais passamos, os anos 60 e 70 foram anos ‘mágicos’. A “Veraneio”, que era da Chevrolet, tinha seu nome usado ‘genericamente’ para todo furgão ou SUV ( como chamamos hoje). Vi muita gente chamar a Belina de “aquela ‘veraneio’ da Ford”, ou chamar a Caravan de ‘a ‘veraneio’ do Opala. Eram denominações genéricas como chamar de Gillette a toda lâmina, ou de Cândida a toda água sanitária, ou ainda, chamar gasolina de “Shell”: “preciso por um pouco de ‘shell’ pra chegar até Resende…”. Bons tempos…

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Mário Cortez 14 de setembro de 2020

O Candango merece ser lembrado, homenagem aos consumidores de Brasília

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Gerson Viana.de Brito 14 de setembro de 2020

Esse senhor gurgel já valeu toda matéria.

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marcio vieira 14 de setembro de 2020

Verdade um gênio

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Dirceu Chiezzi 14 de setembro de 2020

O carmanguia é o meu sonho até hoje.com 16 anos trabalhei em oficina e pintei um carmanguia vermelho . Foram 12 mãos de tinta todas de mão lixadas.carro bonito de mais na minhaopinião!

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Gerson Gomes da Silva 14 de setembro de 2020

Parabéns! Muito legal essa idéia de desvendar o mistério do significado dessas siglas!!! ?

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Everton 13 de setembro de 2020

Veraneio é meu sonho até hoje?

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Luiz Flávio 13 de setembro de 2020

Boris Feldman é o arquivo vivo de boa parte da história automobilística do Brasil. Parabéns!

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