Óleo lubrificante de motor falso: como evitar a picaretagem dos revendedores?

Só em outubro deste ano a ANP apreendeu mais de 100 mil litros de óleo lubrificante de motor falsificado. Por isso, é preciso ficar ligado

troca oleo carro portal
Algumas dicas simples podem te ajudar a não cair nessa picaretagem (Foto: Shutterstock)
Por Bernardo Castro
Publicado em 03/12/2022 às 15h03

No Brasil é preciso redobrar a atenção na hora de cuidar do automóvel, já que são inúmeras as picaretagens presentes no varejo. Como se não bastasse o número crescente de peças falsificadas no mercado de reposição e a adulteração do álcool e da gasolina nos postos de combustíveis, o motorista agora precisa ficar atento às falsificações de óleos lubrificantes para o motor.

Em outubro deste ano, por exemplo, a fiscalização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) apreendeu mais de 130 mil litros de óleo lubrificante veicular irregulares, sem registro na agência, no Estado de São Paulo, a partir da identificação de produtor não autorizado pelo órgão federal.

O lubrificante é indispensável no funcionamento do motor, já que ele protege as peças internas, reduzindo o atrito entre as partes móveis (que são metálicas), evita formação de ferrugem, o acúmulo de sujeira e ajuda no resfriamento.

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E é por isso que ele precisa ser trocado (seja por tempo ou quilometragem, o prazo pode variar de acordo com a recomendação do fabricante e o uso do veículo). Pois ele perde suas propriedades com o passar do tempo, resultando em um mau funcionamento.

O óleo velho não cumpre essas funções. Negligenciar essa manutenção pode resultar em consequências como formação de borra, perda de potência e até fundir o motor do veículo.

Como evitar óleo falsificado

Durante a troca, não se pode usar qualquer especificidade de óleo, o recomendado é seguir o que a montadora instrui no manual do proprietário. Além disso, o motorista deve ficar atento com as falsificações.

Mas como evitar um óleo falso para o motor? Para isso, o AutoPapo conversou com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil), que deu algumas dicas para evitar essa dor de cabeça

Atenção ao rótulo

Informações contidas no rótulo do frasco de óleo podem garantir que ele é original
Informações contidas no rótulo do frasco de óleo podem garantir que ele é original (Foto: Shutterstock)

O primeiro item que o proprietário do carro deve observar é o rótulo da embalagem. Ele deve apresentar, em português, informações sobre a origem e a qualidade do produto.

Todo lubrificante precisa ter registro na ANP, cujo número também está no rótulo. A Agência só concede o registro após estudar as características do produto. Também é importante conferir quem é o detentor do registro na Agência. No rótulo, é possível encontrar a razão social e o CNPJ do responsável pelo produto junto à ANP.

Se você suspeita que encontrou um óleo falsificado para o motor, as informações contidas no rótulo podem ser conferidas com os dados registrados no próprio site da ANP.

A ANP ainda possibilita o comprador de consultar o histórico do produto no Painel Dinâmico de Monitoramento da Qualidade dos Lubrificantes, para verificar se ele já apresentou algum problema anteriormente.

Malefícios óleo falsificado no motor

motorista proprietario com carro estragado nao liga acionando socorro reboque capo aberto
O lubrificante falso traz problemas para o motor do seu carro (Foto: Shutterstock)

De acordo com a entidade, os malefícios do óleo falsificado são sentidos na maior parte das vezes no bolso do motorista, já que seu uso danifica peças importantes do propulsor.

A ANP afirma que “a principal não conformidade no Brasil é a baixa ou ausência da aditivação”, que acaba resultando em peças com lubrificação inadequada. Isso acarreta, consequentemente, em maior desgaste no pistão, geração de borra, ataque às superfícies metálicas, o que acarretará diminuição da vida útil do motor.

Eles ainda alertam: “Produtos sem aditivação não devem ser consumidos.”

Motor com óleo adulterado mostra alguns sintomas

Flush é utilizado para a limpeza do carter
Borra é um dos malefícios do óleo falsificado (Foto: Reprodução)

Caso o motorista não tenha se atentado às informações presentes no rótulo do óleo do motor, e suspeita que tenha comprado um produto falsificado, o carro da algumas respostas que indicam o caso de fraude.

A curto prazo, os indícios são bem parecidos com o uso do óleo ‘vencido’. Então, o condutor vai notar um maior atrito entre as partes metálicas que vão elevar o consumo do combustível. De acordo com a ANP, a falta do aditivo no lubrificante eleva o consumo de combustível em até 10%.

A longo prazo os danos são maiores. O desgaste prematuro das partes metálicas resultam em danos mais sérios que podem reduzir a vida útil do motor em até 50%.

Trabalho de fiscalização da ANP

faixa de "interditado" pela ANP em bomba de postos de combustível
ANP apreendeu 130 mil litros de óleo em outubro deste ano (Foto Polícia Civil MT | Divulgação)

Para fiscalizar os lubrificantes a ANP realiza trabalhos constantes no mercado verificando a qualidade dos produtos comercializados. Nesse caso, ela verifica a regularidade do rotulo das embalagens (identificação e registro do fabricante e do produto, data de validade e característica do produto), e realiza a coleta de amostras para análise em laboratório da especificação físico-química do lubrificante.

A entidade também fiscaliza agentes que não são regulados, como supermercados, lojas de autopeças, oficinas mecânicas, concessionárias de veículos, distribuidores e atacadistas que comercializam o produto.

No entanto, nesses casos, a atuação da ANP acontece quando tem indícios de comercialização do óleo para o motor sem o registo. Assim, ela apreende o produto e busca identificar o fornecedor irregular.

Postos de combustíveis que são autuados por comercializar lubrificantes fora dos conformes podem receber multa que varia de R$ 20 mil a R$ 5 milhões. Em caso de reincidência poderão ser revogados e os sócios são impedidos de atuar no ramo por cinco anos.

As denúncias podem ser feitas através do ‘Fale conosco’ ou pelo telefone 0800 970 0267.

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5 Comentários
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MATHEUS 24 de fevereiro de 2023

Bolsonaro e o Gueddes mudaram as regras que já não eram boas. Desregulamentaram geral e agora a gente que se lasque.

O link da reportagem da numa página onde a ANP informa que em 2019 não é mais obrigado a registrar os aditivos e que os consumidores já estão maduros o suficiente para escolher um bom óleo

Um escárnio

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Anderson 7 de dezembro de 2022

Falo , falo e só disse sobre rótulos, e não disse como identificar!!! Seja mais preciso , fale sobre aparência, sobre cor … sobre a embalagem sobre a tampa ….isso já estamos cansados de saber , acho que comprei um falso pra colocar na minha moto , já que eu mesmo gosto de fazer a troca , percebi que a tampa rompeu fácil é a cor bem diferente das trocas anterior

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Rodrigo 4 de dezembro de 2022

As concessionárias também serão fiscalizadas já que a maioria utiliza óleo em barril/tonel impossibilitando ao consumidor final uma completa verificação de sua origem???

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Jo 3 de dezembro de 2022

Óleo de pastel no motor turbo. Dá joinha!

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José 3 de dezembro de 2022

Óleo lubrificante de motor falso: como evitar a picaretagem dos revendedores? Bem simples. FISCALIZAÇÃO!!!! Quer dizer que a responsabilidade é minha!?!?!? Eu que dê meu jeito?

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