Renault Captur: fim da linha para o Duster de butique

SUV "premium" da Renault chegou em 2017 sobre a mesma base e com mesmo conjunto mecânico do Duster e guerra na Ucrânia só piorou as coisas

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Visualmente, o Captur era igual ao europeu, mas por baixo era um Duster de primeira geração (Fotos: Renault | Divulgação)
Por Marcelo Jabulas
Publicado em 27/10/2023 às 11h03

Enquanto apresentava o Kardian, a Renault aproveitou para tirar o Captur de linha. O SUV que chegou em 2017 nunca convenceu o consumidor, e para piorar, a guerra entre Rússia e Ucrânia comprometeu o fornecimento de componentes para a montagem no Brasil.

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Isso porque Brasil e Rússia produziam a mesma versão. Mas muitas peças eram feitas na terra de Vladimir Putin e enviadas para cá. Com a guerra, a Renault decidiu encerrar suas operações russas e complicou ainda mais sua sobrevida por aqui.

Assim, depois de seis anos de mercado, a Renault descontinuou o modelo. Sem nota de pesar, velório ou coroa de flores, ela apenas retirou o modelo do configurador do site.

Trajetória do Renault Captur

O Captur chegou ao Brasil em 2017. Era tido como uma promessa revolucionária. Afinal, o modelo já era feito na Europa e brigava no prestigiado segmento B-SUV do Velho Mundo.

Mas ele era incompatível com mercados emergentes, como Brasil e Rússia. A solução foi pegar a plataforma e conjunto mecânico do Duster e fazer o transplante da carroceria (que inclusive foi alongada).

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O Captur agradava pelo visual, mas acabamento simples e mecânica igual ao do Duster não convenceram o consumidor

Assim, o Captur nasceu com visual moderninho, mas com conceito envelhecido. E claro, as comparações foram imediatas.

O modelo prometia ser um SUV premium compacto, para disputar mercado com Honda HR-V, mas tinha acabamento rudimentar e um painel herdado da quarta geração do Clio europeu, que não condizia com a modernidade do modelo.

Volume de vendas

O Captur acumulou mais de 90 mil unidades emplacadas, ao longo de seis anos. Seu ponto alto foi em 2019, quando licenciou 28.660 unidades.

O bom desempenho estimulou a Renault a instalar no Captur o moderno motor TCe 1.3 turbo de 170 cv e 27,5 kgfm de torque. Mas ela não contava com a pandemia do Covid-19, que derrubou os licenciamentos do modelo para 10.870 unidades em 2020, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

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Motor 1.3 turbo fez sua estreia no Captur, mas Renault não contava com a guerra para atrapalhar seus planos

Em 2021, a crise dos semicondutores fez com que seus números caíssem para 8,3 mil registros. E por fim, a guerra entre Rússia e Ucrânia praticamente jogou uma pá de cal sobre o carro, que emplacou exatas 3.007 unidades.

Este ano, o modelo não conseguiu figurar na lista de mais vendidos da Fenabrave. Entre os 40 SUVs que aparecem no topo da listagem, o modelo não foi citado. O lanterna do balanço é o Kia Sportage, com 750 carros emplacados. E olha que ele é importado.

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