Fábrica pode negar informação ao dono do carro?

Movimento right to repair, ou direito de reparar está ganhando força no mundo todo e, no Brasil, o Sindirepa está tentando tirá-lo do papel

O Right to repair está ganhando força no Brasil
O Right to repair está ganhando força no Brasil (Foto: Montagem AutoPapo | Ernani Abrahão)
Por Boris Feldman
Publicado em 30/05/2022 às 07h32
Atualizado em 30/05/2022 às 18h57

Não é nada razoável as fábricas não fornecerem para os donos dos automóveis (ou para as oficinas mecânicas independentes) as informações necessárias para o reparo, mantido como monopólio das concessionárias. Algumas fábricas chegam ao absurdo de só fornecê-las mediante pagamento de valores significativos.

Em países do primeiro mundo essa questão está sendo resolvida: é o chamado ‘right to repair’ (direito de reparar, em inglês) que as fábricas deverão repassar para o mercado.

VEJA TAMBÉM:

Eu entrevistei Antônio Fiola, presidente do Sindirepa, que congrega as empresas de reparação em todo o Brasil. Ele me disse que já levou uma representação ao CADE, (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), contra esse monopólio, prejudicial ao dono do carro e às suas associadas.

E o CADE não deu ganho de causa ao Sindirepa, pois quem entra nessa briga é o poderoso lobby das montadoras. Briga ruim essa, hein?

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Boris Feldman

Jornalista e engenheiro com 50 anos de rodagem na imprensa automotiva. Comandou equipes de jornais, televisão e apresenta o programa AutoPapo em emissoras de rádio em todo o país.

Boris Feldman
2 Comentários
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Sandro Banderali 30 de maio de 2022

Bom dia, sou Engenheiro mecanico e atuei na ponta do setor de reparacao automotiva por mais de 30 anos, como Servico Autorizado dos principais fabricantes de autopeças e sistemas automotivos, muitos deles filiado ao Sindirepa. O movimento “Rigth to Repair” é uma demanda muito antiga do setor, ao meu ver, fazia muito sentido 20 ou 30 anos atras, atualmente, vejo como um movimento completamente anacrônico. Ainda que os fabricantes, concordassem com a demanda e liberassem as informacoes, atualmente, com o atual estagio que estamos na eletrônica embarcada, sem os equipamentos e softwares necessários, que exigem investimentos altíssimos ate mesmo para um profissional, muito pouco poderia ser de fato realizado em termos de conserto do automóvel. Na atualidade, mesmo para os profissionais da reparacao independente, o reparo do automovel tomou uma dimensao completamente diferente, o volume de informacoes é gigantesco, o investimento, tanto em capacitação, quanto em equipamentos é muito , muito, alto, tudo isto sem falar em questoes jurídicas envolvidas. Um grande abraco

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Andre Rocha 30 de maio de 2022

É só as montadoras agirem como os bons filhos da pátria que são: forneceremos as informações sem problemas. Entra com uma representação informando que toda e qualquer manutenção realizada fora da concessionará cessará imediatamente a garantia do automóvel. Pode ser 1 parafuso de um carro zero trocado 3 dias depois de o carro sair da concessionária… fez a substituição fora da concessionária? Perdeu a garantia TODA! E mais, coloca o cliente lá na hora de assinar a papelada da compra do veículo essa claúsula, deixa isso bem claro e faz ele preencher e assinar em linha no lado dessa cláusula que leu e está ciente dessa condição. Pronto, resolvido! Quer fazer as revisões/manutenções fora da concessionária, não respondemos mais sobre seu veículo! Até porque as montadoras têm como saber quais peças são as que saíram com o veículo, pois tpdas tem código de barras que são scanneados durante a montagem.

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