Conversão para GNV praticamente dobra em 2022

Pesquisa mostra que o crescimento no primeiro semestre de 2022 chegou aos 74%; Em contrapartida, em São Paulo, 78% dos veículos estão irregulares

tanque de GNV no porta-malas
GNV é uma alternativa mais rentável para quem utiliza o carro no dia a dia (Foto: Shutterstock)
Por Bernardo Castro
Publicado em 28/07/2022 às 14h03

Com o aumento do preço da gasolina, principalmente neste ano, muitas pessoas têm procurado alternativas mais baratas que o combustível fóssil para abastecer o carro, como é o caso do Gás Natural Veicular (GNV), por exemplo.

Pelo segundo ano consecutivo desde o início da pandemia o número de conversões de automóveis para GNV cresceu no primeiro semestre na comparação com os dados de 2020. Só o primeiro semestre deste ano totalizou quase 70 mil adaptações.

O número apontado pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) é 74,17% maior que o registrado no primeiro semestre de 2020. Em números absolutos foram 67.487 veículos modificados em 2022, frente a 38.747 em 2020. Em 2021, primeiro ano da alta do preço dos combustíveis, o aumento no mesmo período havia sido de 86,65%.

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Uma adaptação para GNV bem feita custa na casa dos R$ 5 mil, e cada inspeção anual para averiguar se o sistema está nos conformes, R$ 300. Tem muito motorista que não é capaz de arcar com tamanho investimento e faz a adaptação pelas coxas, resultando em acidentes.

Somado a isso, existe a falta de fiscalização que permite que veículos que não realizaram a inspeção veicular obrigatória em automóveis movidos a GNV possam circular nas ruas do país, colocando em risco a vida de motoristas, passageiros, frentistas e pedestres.

Uma pesquisa realizada no segundo semestre de 2021 pela Associação Nacional dos Organismos de Inspeção (Angis) e pelo Sindicato das Empresas de Inspeção Veicular do Estado de São Paulo (Sivesp), junto aos postos de abastecimento constatou que 78% dos veículos abastecidos com GNV estavam irregulares.

De acordo com o levantamento realizado em postos do estado de São Paulo, 70% dos veículos que se dirigiram ao abastecimento não estavam registrados no Renavam como possuidores de GNV como combustível. Ou seja, nunca fizeram a inspeção inicial obrigatória e nem qualquer verificação periódica de regularidade.

A não realização da inspeção veicular – obrigatória para veículos movidos a GNV e determinada pela Lei Federal nº 16.649/2018 e pela Portaria do Inmetro /MDIC nº 122/2002 – pode causar uma série de danos aos ocupantes dos veículos, usuários de aplicativos ou serviço de transporte, e também aos próprios frentistas, como danificação de peças do automóvel, acidentes de trânsito, incêndios e até explosões com graves vítimas.

Inspeção GNV obrigatória

A inspeção de segurança veicular obrigatória deve ser realizada logo após a conversão. Isso porque o cilindro que armazena o Gás Natural Veicular é abastecido em uma pressão de 220 bar – o suficiente para encher 100 pneus de um carro popular – e que pode causar um grave acidente se não estiver alinhado com as conformidades necessárias.

Durante a vistoria também são verificados os índices de poluentes emitidos pelo veículo que devem respeitar os limites de emissão estabelecidos pelas normas vigentes.

Além disso, também são analisados os sistemas de freio, sinalização, iluminação, suspensão e direção e todos os componentes obrigatórios por lei. Se aprovado, o veículo recebe o Selo de Garantia do Inmetro, que possibilita a circulação legal com o sistema GNV por um ano.

O selo deve ser exigido pelo frentista do posto na hora de abastecer com GNV. Se o local não exigir a ‘certificado’ está incorrendo em crimes de responsabilidade, risco de perda do seguro em caso de acidente, além de ações trabalhistas de funcionários afetados por acidentes.

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