Placas Mercosul: fabricantes desmentem falas de Bolsonaro

Histórico, obrigatoriedade para troca das chapas e dispositivos de segurança foram detalhados por nota publicada pela instituição

placa mercosul 1
Por AutoPapo
Publicado em 27/01/2020 às 11h40
Atualizado em 27/01/2020 às 12h42

A Associação Nacional dos Fabricantes de Placas de Identificação Veicular (ANFAPV) emitiu uma nota sobre as declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais a repeito das placas Mercosul.

As postagens comentavam as mudanças promovidas pelo Ministério da Infraestrutura, já noticiadas pelo AutoPapo.

Breve histórico das placas Mercosul

De acordo com a ANFAPV, as placas Mercosul foram criadas por meio da Resolução MERCOSUL/GMC/RES No. 88 em 1994, durante o Governo Itamar Franco.

De fato, a placa foi efetivada em 2014, durante o Governo Dilma, mas foi a Argentina e o Paraguai que solicitaram a implantação devido ao término das combinações alfanuméricas dos sistemas então vigentes nestes países. 

Mudanças na placa Mercosul

“Com relação às mudanças promovidas pelo atual Governo, temos a considerar que a retirada dos ‘dispositivos refletivos’ que na realidade são itens de segurança, cuja exclusão desconfigurou a padronização da placa de identificação veicular do bloco, que, além de confundir as polícias dos países membros, agora oferecem risco de apreensão dos veículos brasileiros nos territórios vizinhos, incentivando o aumento das fraudes e clonagens de placas, crime em que o Brasil possui dados alarmantes”, afirmou a Associação.

Chip

A ANFAPV disse em nota que, ao contrário do que circulou na mídia, nenhuma empresa nacional pagou royalties sobre os itens excluídos, que causariam sobrepreço nas placas veiculares.

“Não havia “chip” especificado para a placa, e sim a possibilidade da iniciativa privada desenvolver esta tecnologia de forma agregada para contribuir com a Segurança Pública, e, ao invés disso, o Governo promove agora a implantação de um chip no para-brisa, que vai gerar mais custos para os consumidores, tentando reeditar um projeto de 1998, que não foi implementado por não ser adequado para as motocicletas e implementos rodoviários, que representam 30% da frota nacional”, completou. 

Troca de placas não é obrigatória

Todas as Resoluções que regulamentam a nova placa de identificação foram publicadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que teve como membro pelo Ministério da Justiça (PRF), o Sr. Jerry Adriane Dias da Silva, ex Diretor do Departamento Nacional de Trânsito.

Na Resolução n° 729/18, não havia a exigência da troca das placas, somente nos casos de emissão de um novo Certificado de Registro do Veículo (CRV).

A manutenção de ambos os sistemas, segundo análise da ANFAPV, pode levar décadas no Brasil, criando um risco ainda maior de fraudes envolvendo as placas cinzas, agora sem qualquer controle das empresas fornecedoras e consequentemente da sua produção clandestina.

Mudança de município

O Governo anterior extinguiu a necessidade de troca das placas a cada troca de município, com a retirada da identificação dos estados e municípios, medida que hoje é bastante questionada, inclusive foi comentada pelo Presidente da República em declarações anteriores, também pelas redes sociais.

O Governo Bolsonaro, no entanto, manteve a obrigatoriedade de troca de placas na mudança de Município, extinguindo assim a possibilidade do proprietário do veiculo substituir apenas as tarjetas com o nome do Município.

Portanto, o veiculo que estiver com a placa cinza/antiga deverá migrar para a nova placa padrão Mercosul na primeira troca de Município, ou seja, a troca é obrigatória, o que gera o custo para o cidadão.

Quando o veiculo já ostentar as placas Mercosul, não será obrigatória a sua substituição, salvo nos casos de furto ou dano.

Valor das placas Mercosul

Com relação à prática de preços mais altos ao consumidor, as especificações previstas na Resolução 729/18 (anterior) não alteravam em nada o custo das placas veiculares. O aumento no custo final para os consumidores brasileiros, pelo que diz a nota oficial da Associação, se deu pela admissão de diversos intermediários (atravessadores) na cadeia produtiva e de comercialização das placas.

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11 Comentários
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Eraldo P I junior 3 de fevereiro de 2020

A Resolução 780 de 28/06/2019 revoga a resoluções 733/18; 729/18;741/18 e 770/18 entre outras havia somente medidas administrativas, no governo Itamar, mas efetividade só ocorreu em 2014, no governo da estocadora de ventos.
https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html

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Oséias Santos 28 de janeiro de 2020

Infelizmente estão contra o presidente, essa associação de placas está indo contra os proprietários de veículos, querem colocar uma única empresa para criar placas e assim controlar o valor EX; tenho um carro antigo quando comprei e passei para meu nome tudo certinho paguei um valor de R$180,00 mais ou menos. Para passar para meu nome tinha dado uns R$400,00 esse ano meu carro foi roubado e para eu poder pegar a placa eu tive que pagar outro licenciamento que chegou a R$350,00 um absurdo pois fui lesado no roubo e pela associação de placas o valor era referente a placa. Aí vem essa nota falar que e para segurança fala sério hoje tem câmera que identifica número e letras por que não usar.

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Alfredo Silva 28 de janeiro de 2020

Oséias, penso que vc não deve ter entendido o teor do documento (talvez a linguagem seja muito difícil), estão falando de SEGURANÇA que foi retirada, e que a as mudanças não alteraram os preços das placas é isso não tem nada a ver com quantos podem ou não fabricá-las, entendeu agora?
Se vc foi explorado por algum despachante para reemitir os documentos do seu carro, isso nem tem nada a ver com o assunto!

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Monica 30 de janeiro de 2020

Oséias, sim estão contra o presidente, aceleraram a implantação para final de 2018, pq sabiam que se não tivessem feito isso, o presidente teria acabado com a palhaçada, mas fizeram de um jeito que ficou impossível voltar atras, essas placas é só para essas empresas ganharem dinheiro as custa do povo.

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andre 27 de janeiro de 2020

Bolsonaro mente quase que diariamente…
São dados constatados e divulgados amplamente na mídia, é um doído.

Pra piorar retira mecanismos de segurança, como cadeiras pra crianças, DPVAT, mecanismos de segurança nas placas e etc.
Facilita e muito a vida dos milicianos bandidos.

Você paga 100mil num carro e não vai querer pagar 10 reais a mais num mecanismo que dificulta clonar seu carro?
Só vivendo na época das cavernas….

Aliás, é um governo a favor das milícias.

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Lindoarte galindo Nair Carolina de Jesus galindo 7 de fevereiro de 2020

Você e um militante Ede esquerda , si tem um carro de 100 mil então e rico , esse governo governa para o povo , não pra meia dúzia de play boy

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leadro 4 de outubro de 2020

meu caro andré, como nosso colega disse a maioria dos brasileiros tem carro mil pra economizar mais. é fusca, cheette , uno, gol sao esses os carros que rasileiro anda. e tem mais brasileiro quando compra carro , compra sem direçao e sem ar pra ficar mais barato. desce do salta alto compra um chinelo havaianas e sobe o morro

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Rogério 27 de janeiro de 2020

Como vou trocar a tarjeta do município se a placa não tem isso. Kkkkkkk

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leandro 4 de outubro de 2020

vc nao vai trocar a tarjeta , porque a resoluçao nao preve rogerio, por isso que despachante ganha dinheiro , por que se o brasileiro lesse mais as lei]s nao seriam presas faceis para eles(despachantes)

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RAUL MACHADO CARVALHO 27 de janeiro de 2020

Caro amigo Boris. E, se num dia de mau humor, quase constante no Presidente, ele resolve sair do bloco mercosul. Como ficariam essas placas. O contribuinte terá que pagar novamente por outra? Com a evolução de acordos econômicos bi-laterais entre a maioria dos países desenvolvidos a existência de um bloco seria absolutamente ineficaz. O que você acha?

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Vando 9 de setembro de 2020

Acho que no Brasil se paga muito por nada.O cidadão já gastou com a placa, seja ela qual for, pagar 5,6,7,8 vezes pelo mesmo serviço, isso é uma palhaçada, só acontece no Brasil.

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