10 grandes feitos da engenharia automotiva que revolucionaram o automóvel

No dia da atividade ajudou a fazer nascer o carro, lembre as melhores invenções que facilitam nossa vida ao volante

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Área busca por inovações a todo instante (Ilustração: Ernani Abrahão | AutoPapo)
Por Fernando Miragaya
Especial para o AutoPapo
Publicado em 10/04/2024 às 14h03

Em todo 10 de abril se comemora o Dia da Engenharia. A atividade que transforma nosso cotidiano em diferentes aspectos, também realizou grandes feitos no modo de nos deslocarmos e movimentarmos com a invenção do automóvel com motor de combustão. Por isso listamos 10 grandes feitos da engenharia automotiva.

Ao longo dos tempos, a engenharia evoluiu e fez os veículos avançarem. Os carros melhoraram em dinâmica, mecânica e segurança e ganharam diferentes recursos importantes ao longo dos anos.

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A história do motor a explosão tem várias frentes que começaram no século 18. Foram diversas as criações de propulsores ao longo de anos, de diferentes inventores e engenheiros.

Por isso mesmo, há muito “disse me disse” em torno de quem é o criador do primeiro automóvel a combustão no mundo. De fato, ele surgiu em 1884, na França, quando Édouard Delamare-Deboutteville e seu assistente Léon Charles Paul Malandin fizeram um carro com motor a gasolina de dois cilindros.

O automóvel foi patenteado naquele mesmo ano. Contudo, o carro era filho único de pais solteiros. Delamare-Deboutteville fez apenas uma unidade do veículo, que não chegou a ser produzido em nenhuma fábrica.

Aí veio Karl Benz – fundador da Daimler-Benz, dona da Mercedes -, em 1886, que patenteou o Motorwagen, o seu famoso triciclo motorizado. Muitos o consideram o primeiro automóvel de produção do mundo.

Fato é que a partir do fim do século 19, o modo de as pessoas se deslocarem mudou para sempre com o advento do motor de explosão e os automóveis. Sem dúvida, o maior feito da engenharia automotiva.

Câmbio automático

Hoje você encara os engarrafamentos sem ter de pisar no pedal da embreagem a toda hora e trocar as marchas de primeira para segunda, primeira para segunda, primeira para segunda…. Pois agradeça a dois brasileiros.

Os primeiros protótipos de câmbio automático datam de 1902, desenvolvidos pelos irmãos Sturtevant, de Boston (EUA). A transmissão de forma automática, contudo, só operava em giros altos. Anos depois Munro Alfred Horner patenteou uma caixa com acionamento pneumático, mas cujo funcionamento era falho.

Coube à dupla José Braz Araripe e Fernando Lemos a criação do câmbio automático que serve de base para as transmissões atuais. Os dois criaram e patentearam a invenção em 1932, quando viviam nos Estados Unidos.

O acionamento da caixa era feito de forma hidráulica, daí a mania de muitas pessoas no Brasil chamarem os carros ATs de hidramáticos. E também pelo fato de a GM ter comprado a patente da invenção nos anos 1930 e batizado a transmissão de Hydra-Matic, que estreou na linha Oldsmobile em 1940.

Acelerador eletrônico

Um dos grandes feitos da engenharia recente é o acelerador eletrônico. O sistema nasceu nos anos 1980 e coube ao BMW Série 7 linha 1988 ser o primeiro veículo a trocar o velho cabo pela tecnologia que atua à base de sensores.

Tais sensores “leem” a força do pé do motorista no acelerador e automaticamente mandam a informação para a central eletrônica do veículo. O computador, então, envia o comando para a abertura da borboleta com base também nas condições de funcionamento do motor e outras variáveis, como a marcha engatada e o nível de rotações.

ABS

mercedes benz clase s freios abs teste
Freio ABS permite que o motorista mantenha o controle do carro em frenagens de emergência

Um dos grandes feitos da engenharia automotiva na área de segurança ativa. Criado pela Bosch, o Antiblockiersystem – ou freios anti-travamento – hoje é item de série obrigatório nos carros vendidos no Brasil. Mas nasceu bem antes, em 1978, quando equipou o Mercedes-Benz Classe S, então o maior e mais luxuoso sedã da marca alemã.

Outra tecnologia que opera por meio de sensores eletrônicos, o equipamento monitora as rotações das rodas e detecta se uma delas está prestes a travar. Imediatamente, a central do carro alivia a pressão do pedal e manda o fluido do sistema de volta para o reservatório.

Além de evitar o travamento, o ABS ainda melhora a eficiência das frenagens e encurta distâncias para o carro parar completamente.

Controles de estabilidade

esc controle de estabilidade renault portal 1

Mais um sistema de segurança ativa criado pela Bosch. E também mais um item que se tornou obrigatório nos veículos à venda no Brasil, este mais recentemente. De certa forma, o sistema nasceu graças ao ABS.

É que no fim dos anos 1970, o departamento de engenharia da fabricante alemã estava em estudos para aperfeiçoar o ABS. A ideia era aprimorar o controle dinâmico do carro nas frenagens e momentos em que o dispositivo anti-travamento dos freios atuava para evitar derrapagens.

O desenvolvimento do controle eletrônico de estabilidade levou quase uma década. E outros seis anos para ser aplicado pela Bosch em parceria com a Daimler e equipar o Classe S Coupé 1995.

O equipamento funciona com uma infinidade de sensores que analisam vários parâmetros do veículo 25 vezes por segundo: rotação das rodas, velocidade, trajetória e esterçamento do volante.

E como funciona? De forma simples e básica, se o automóvel vai em uma direção diferente da do ângulo da direção, a central eletrônica do carro dosa o torque do motor e executa frenagens de forma independente em cada uma das rodas. Desta forma, pode evitar que o carro saia da trajetória ou derrape.

Direção assistida

Outra dupla que merece um altar de oferendas e orações. Em 1920, os estadunidenses Francis W. Davis e George Jessup criaram um recurso para reduzir o esforço na hora de virar o volante. Curiosamente, o primeiro carro com direção com assistência hidráulica foi lançado apenas em 1951: o Chrysler Imperial.

A direção hidráulica reduz em até 80% o esforço para esterçar o volante – especialmente em baixas velocidades e na hora de estacionar – em comparação com um veículo similar com direção mecânica. Ela foi uma das primeiras formas de assistência à direção, enquanto os carros mais recentes adotaram a direção eletro-hidráulica ou elétrica.

Injeção de combustível

mercedes benz 300 sl prata frente museu da mercedes
Mercedes 300 SL foi o primeiro carro com injeção de combustível

A injeção de combustível foi um dos grandes feitos da engenharia automotiva que evolui até hoje. A tecnologia surgiu para substituir o carburador e foi usada pela primeira vez no Mercedes-Benz W196 que disputou a temporada de 1954 da Fórmula 1.

Das pistas para as ruas foi um pulo. Coube ao icônico Mercedes 300 SL (o “asa de gaivota”) de 1954 ser o primeiro automóvel de produção com o dispositivo – as variantes de competição do cupê ainda eram carburadas.

Era um sistema de injeção direta mecânica, com sensores elétricos de controle e bomba injetora mecânica movida pelo virabrequim. Os furos do cilindro feitos para as velas de ignição originalmente (estas foram instaladas no cabeçote) eram usadas como válvulas injetoras.

O dispositivo evoluiu para a injeção eletrônica de combustível, fundamental para que os motores ficassem mais eficientes e atendessem às normas ambientais mundo afora. A tecnologia possibilitou um controle mais preciso da relação ar-combustível e, com o passar do tempo, tornou o carburador obsoleto.

Os primeiros carros equipados com injeção eletrônica foram do Grupo Chrysler, também nos anos 1950. O produto foi desenvolvido pela Bendix – conhecida por fabricar desde rádios e televisores, até sistemas para a indústria automotiva e aeronáutica – e foi oferecido à American Motors Corporation (AMC).

Chamado de Electrojector, o equipamento foi usado pela primeira vez em larga escala em 1958, nos modelos Chrysler 300D, Dodge D-500, Plymouth Fury e DeSoto Adventurer. Depois, as patentes da injeção eletrônica foram vendidas para a Bosch.

Por meio de sensores e de da unidade de controle eletrônico, o sistema faz um monitoramento constante da mistura ar-combustível de acordo com as condições de uso do carro. Desta forma, há uma melhor precisão na quantidade de combustível injetado no motor, e o momento em que isso ocorre.

Esse feito da engenharia automotiva trouxe vários benefícios. Além de motores mais modernos e menos poluentes, otimizou o funcionamento e desempenho dos propulsores, assim como ajudou a reduzir as médias de consumo de combustível.

Variação nos comandos

O eixo comando de válvulas é o responsável pelo movimento de abertura das válvulas de admissão. Essas são as que permitem a entrada dos gases que vão ser queimados dentro do motor. Já as de exaustão, como o nome sugere, são as que possibilitam a saída desta queima para o escapamento.

A abertura destas válvulas originalmente é por tempo fixo nos motores até que surgiu a variação dos comandos. A tecnologia possibilita que o tempo de abertura e fechamento varie conforme a necessidade.

Ou seja, elas abrem e fecham de acordo com a rotação do motor, a aceleração, a marcha usada etc. E podem ter esta variação apenas na admissão, como também na admissão e no escape. Isso varia conforme o projeto do motor.

Airbags

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Equipamento estreou em 1980 em um Mercedes Classe S

Grande invenção da engenharia automotiva em prol da segurança, o airbag começou a ser desenvolvido pela Daimler em meados da década de 1960. O equipamento foi patenteado em 1971 pela fabricante alemã, porém sua estreia só se deu no Mercedes Classe S (sempre ele) em 1980.

Pesquisas dizem que as bolsas podem reduzir em até 60% o risco de mortes e ferimentos graves dos ocupantes do carro no caso de um acidente. Além disso, um estudo já apontou que cerca de 500 vidas são salvas por ano no Brasil graças ao dispositivo de segurança – além de 10 mil feridos a menos.

O que começou apenas como airbag frontal, se propagou pela indústria automotiva. Hoje, existem bolsas laterais que protegem o tórax, além das do tipo cortina para cabeças dos ocupantes e também airbags para joelhos e até no cinto de segurança.

Itens semiautônomos de assistência à condução

hyundai creta night edition feature sistema permanencia em faixa
No pacote ADAS está incluso sistema de permanência em faixa(Foto: Hyundai | Divulgação)

O grande feito da engenharia automotiva nos últimos tempos têm sido os equipamentos de assistência à condução. Começou com o “pi-pi-pi” do sensor de ré, partiu para aquele sistema semiautomático de estacionamento, depois o alerta luminoso de ponto cego e evoluiu para itens que são de grande auxílio à segurança viária.

Radares e câmeras trouxeram para os veículos dispositivos como, por exemplo, o controle de cruzeiro adaptativo – que freia e acelera o carro conforme o modelo à frente -, alerta de colisão frontal e frenagem autônoma de emergência – que freia e até pode parar o automóvel sozinho para evitar um atropelamento ou uma batida.

Tem ainda o assistente ativo de permanência em faixa, que esterça o volante para evitar que ele saia da pista certa. Isso sem falar em sistemas de leitura de placas de trânsito, detector de fadiga, câmera de visão noturna e detectores de tráfegos cruzado e traseiro. Tudo rumo ao carro 100% autônomo.

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2 Comentários
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GUILHERME GUIMARÃES NETO 18 de abril de 2024

A tecnologia é sempre bem vinda, mas os carros de hoje tem tanta que o motoristas estão se tornando burro, porque o carro faz quase tudo para ele e muitas vezes perdem a sensibilidade para tomar algujma decisões ao volante e muitas vezes ficam refens de oficians e consecionarias.

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Carlos Alberto Ranieri 16 de abril de 2024

Gosto muito de carros antigos. Vejo em redes sociais que tem gente que exagera … fala que carros antigos são melhores que os atuais … NUNCA …

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