7 gambiarras no seu carro que vão ‘estourar’ lá na frente

Jeitinhos e improvisações no carro para economizar podem se transformar em uma conta salgada no curto prazo - e até comprometer a segurança

mecanico com raiva
Depois não adianta ficar com raiva... (Foto: Shutterstock)
Por Fernando Miragaya
Especial para o AutoPapo
Publicado em 26/04/2023 às 10h03

O jeitinho brasileiro virou sinônimo de práticas ruins na sociedade. No carro, essa “criatividade” também é péssima. Geralmente, são gambiarras que os donos fazem em seus automóveis para economizar, mas que vão estourar lá na frente.

A “economia” que o proprietário acha que está fazendo vai se tornar uma conta bem cara. Pior: as gambiarras no veículo que vão estourar na frente ainda põem em risco a própria segurança do motorista, do passageiro e de terceiros.

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Confira 7 gambiarras nos carros que vão estourar lá na frente e te dar dor de cabeça.

Frisar os pneus

pneu frisado youtube reproducao

Fazer gambiarra em um item fundamental para a segurança veicular é uma economia porca e de risco. É o que propõem alguns pseudo-borracheiros, que oferecem essa alternativa com o forte apelo de custar um décimo do preço de um pneu novo. Porém, que compromete toda a dirigibilidade do carro.

A frisagem – ou riscagem – consiste em pegar um pneu velho e com desgaste e utilizar uma peça de ferro aquecida para aprofundar os sulcos da banda de rodagem. Só que a borracha já está desgastada e a peça passou da hora de ser trocada. E o que essa “frisagem” faz é expor ainda mais a estrutura metálica que existe dentro do pneu.

Desta forma, a aderência do pneu não vai melhorar, pelo contrário, ficará mais comprometida já que a camada de borracha está menor, o que impacta diretamente na estabilidade em curvas e frenagens. Além disso, os sulcos falsos não vão minimizar os riscos de aquaplanagem em pistas molhadas como um pneu dentro de sua vida útil.

Tem mais: com a estrutura mais fraca, qualquer pedra ou buraco pode ocasionar no estouro da peça. Isso em alta velocidade pode fazer o veículo até capotar e causar ferimentos (inclusive fatais) aos ocupantes.

Água da torneira no radiador

radiador agua portal

Você já leu aqui no AutoPapo que a água que vai no radiador e no sistema de arrefecimento deve ser desmineralizada. Água potável contém minerais que tem uma calcificação natural, que podem comprometer alguns componentes.

Ainda tem o cloro presente na água que consumimos da torneira. A substância tem alto poder corrosivo, o que pode causar oxidação em partes metálicas do sistema. Por isso, use água desmineralizada toda vez que for mexer no sistema de arrefecimento, sem esquecer do aditivo indicado pela fabricante no manual do proprietário.

Dar passe no freio

disco de freio velho e enferrujado foto shutterstock

Outro “serviço” que põe em risco a segurança do motorista e passageiros. O disco de freio já desgastado passa por uma espécie de nivelamento ou “raspagem” para deixá-lo mais “liso” e corrigir as imperfeições normais com as quais a peça fica com o passar do tempo.

Porém, o passe no freio pode provocar pequenas rachaduras no disco. Essas fissuras comprometem a frenagem e podem resultar até em quebra da peça durante o acionamento do sistema.

Amortecedor recondicionado

amortecedor velho sucata

Aqui, começamos pela retórica necessária: você usaria uma camisinha já usada? Amortecedor recondicionado é uma das grandes gambiarras que vão estourar lá na frente. Trata-se de uma peça usada que já perdeu sua eficiência, mas que recebe um banho de loja para ser vendida mais barata no mercado.

O amortecedor só recebe uma pintura e um fluido novo, muito provavelmente fora dos parâmetros exigidos para o seu funcionamento adequado. Além disso, a peça ainda tem 50 componentes internos que não tem como ser substituídos no recondicionamento.

O resultado de amortecedores fora dos padrões é o comprometimento da estabilidade do veículo e do conforto, já que a peça não terá a mesma eficácia em filtrar bem buracos e outras oscilações da pista.

Bateria fora da amperagem

bateria do carro portal
Foto: Adobe Stock

Tem gente que acha que economiza ao colocar uma bateria de menor amperagem do que a original do veículo. Mas o que vai acontecer é que o motorista terá dificuldades na hora de dar a partida do veículo e alguns componentes elétricos podem não funcionar direito.

Quem coloca a peça de amperagem maior também não faz bom negócio. Lembre-se que o alternador do veículo foi dimensionado para carregar aquele tipo de bateria. Desta forma, será difícil repor a carga no alternador e até mesmo de fazer esta carga durar.

‘Óleo de Gol’

oleo motor carro portal
Foto: Adobe Stock

Isso já compromete a reputação de muitos carros por aí. Passada as revisões, o sujeito para no posto de combustível e o frentista oferece aquela completada com o óleo mais barato. Aí começa a mais clássica gambiarra que vai estourar lá na frente.

Como já explicado aqui no AutoPapo, os motores são projetados para rodarem com determinado tipo de lubrificante, com a viscosidade e aditivos adequados, e projetados para fazer o motor funcionar na temperatura correta.

O óleo errado vai comprometer a lubrificação das partes metálicas, ou mesmo forçar os componentes a um esforço para o qual não foram projetados. Também pode prejudicar a vida útil do motor, já que ele não vai trabalhar na temperatura correta. Por fim, vai resultar na formação de borra e até na quebra do propulsor.

Fusíveis do carro

troca de fusivel de carro

Outra clássica gambiarra no meio automotivo. O filamento metálico do fusível se rompeu e o improviso surge na forma de um pedaço de fio ou de um parafuso colocado no lugar da peça. Além de ser uma economia das mais porcas que se tem notícia – um kit de fusíveis custa R$ 10 – é um jeitinho que tem tudo para dar problema a curto prazo.

Aquele parafuso – ou fio – até vai funcionar em um primeiro momento. Porém, não vamos esquecer que o fusível é um componente importante para proteger o sistema elétrico do carro em caso de pane ou sobrecarga. No caso de uma sobrecarga elétrica, a gambiarra pode causar um superaquecimento na fiação e resultar até em incêndio.

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43 Comentários
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José Alberto Carneiro Santos 21 de junho de 2023

Pegue o manual do seu carro, está ali todos os passos a serem seguidos. Você acha que as montadoras vão querer ficar consertando, após a venda?

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Tiago 10 de maio de 2023

Já fiz essa da água, mas foi por falta de informação mesmo. Quando soube levei em um lugar especializado, trocou quase tudo, fez uma limpeza e encheu do aditivo correto.

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PAULO RENATO 3 de maio de 2023

VALIOSAS INFORMAÇÕES E ALGUMAS HUMORÍSTICAS ! ABRAÇO A TODOS.

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Lourival Santos 2 de maio de 2023

O problema são os custos de peças e mão de obra um verdadeiro roubo, por isso muita gente roda em verdadeiras barangas por aí causando acidentes e mortes .

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Marcell 2 de maio de 2023

Só um detalhe: Um alternador pode carregar uma bateria com amperagem até entre 35 a 50% maior. Então vale a pena sim trocar quando for o caso uma bateria de 48 ampéres (que é o meu caso) por uma de 60, visto o quantidade de eletrônica que tem nos carros atuais.

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José Antonio Martini 2 de maio de 2023

Meu pai, mecânico automotivo desde os 15 anos de idade, falecido aos 82, dizia: “Carro é uma família! Se não puder mantê-la, é melhor nem tê-la.”

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André De Maria 1 de maio de 2023

Cê é mecânico?

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Paulinho 30 de abril de 2023

Carro é como uma amante que só quer jóias caras!!
Pense bem, se voce não tiver condições de manter uma amante destas não adianta tentar engana-la com bijuterias.

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Alcemir 2 de maio de 2023

Na mosca!

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Gustavo 30 de abril de 2023

Realmente as gambiarras sempre existiram, infelizmente para achar que estão fazendo economia, mas no fundo estão fazendo um gasto muito maior logo mais na frente. Economias em filtros, óleos, água radiador, pneus, baterias,etc só fazem prejudicar o funcionamento normal do carro. Se a Engenharia estudou um tempo para fazer os carros da melhor forma, porque um metido quer se achar que sabe mais? Coisas de “brasileiros” que se acham espertinhos.

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Glenio Giacomet 30 de abril de 2023

Vamos a alguns fatos: disco de freio: existe uma tolerância que pode (e deve) ser retificado a cada troca de pastilhas para manter a maior área de contato e com isso garantir boa frenagem.
Recapagem de pneu : em especial dos pesados e empilhadeiras, pois são itens projetados para ser recapados.
Bateria: trocar sempre por uma semelhante ao indicado no manual respeitando as capacidades de carga e potência .
Água do radiador : use sempre desmineralizada para não ter problemas de bomba d’água e todo sistema de arrefecimento.
Lâmpadas de faróis : não trocar o tipo de lâmpada especificada para não ofuscar a noite.

Espero ter contribuído com todos!

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José Maria dos Santos 1 de maio de 2023

Contribuiu e muito, prezado Glenio! Abraço!

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PAULO RENATO 3 de maio de 2023

BOAS, GLENIO ! FORTE ABRAÇO.

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José Alberto Carneiro Santos 21 de junho de 2023

Pegue o manual do seu carro, está ali todos os passos a serem seguidos. Você acha que as montadoras vão querer ficar consertando, após a venda?

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Luiz Guilherme B Santos 29 de abril de 2023

Os discos de freio permitem passe no torno até a espessura mínima estampada no perímetro dos mesmos. O problema é que este procedimento retira a camada cementada da superfície ( endurecida por cementacao que é um tratamento térmico ). Após o passe o desgaste passa a ser muito mais rápido tanto para os discos como para as pastilhas.

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José Maria dos Santos 29 de abril de 2023

Sobre o uso de baterias com menor amperagem, pergunto se o inverso não é tranquilo. Explico. há muitos anos, a bateria do meu carro à época, um fusca, morreu, e a grana não dava para uma nova. Meu amigo, que trabalhava num autoelétrico, teve uma ideia: um cara trocara a imensa bateria de um caminhão e deixou a antiga (amperagem muito maior que a minha) lá. Ele deu uma carga longa e pôs no meu fusca, acreditando que o esforço para ela seria menor. Acertou! Sorte minha que a bateria do fusca ficava embaixo banco traseiro, com espaço de sobra. Rodei mais cinco anos e vendi o fusca com ela, funcionando como uma nova! Se teve alguma consequência ruim, não percebi.

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Paulinhi 30 de abril de 2023

Obs: Fuca não é carro!!!KKKKKKKK

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Paulo 1 de maio de 2023

Desculpe-me, mas é sim! E mais, é um clássico da história do automóvel, nascido na Alemanha e se espalhou pelo mundo. Até nos EUA, berço do automóvel, ainda existem alguns rodando e muitos colecionam. Quem teve ou utilizou um deve ter boas recordações. Viva o Fusca!

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José Maria dos Santos 1 de maio de 2023

Simples como isso. Perfeito!

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Santiago 2 de maio de 2023

O Fusca é mais do que carro, é uma lenda!
Por sua robustez, mecânica simples e excelente custo-beneficio, fez História!

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Anderson 29 de abril de 2023

O macarrão simplesmente destrói a estrutura metálica do pneu ao enfiar aquela agulha para introduzir o macarrão simplesmente arregaça o aço do pneu…

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Marcelo 28 de abril de 2023

Muitos economizam com essas porquices no carro para sobrar e gastar no bar e na adega sendo um negócio sem crise, pois a cada esquina tem uma.

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Rafael 28 de abril de 2023

Eu uso óleo de Gol e nunca tive problema. Qual o problema com óleo de Gol? 😅

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Geraldo 28 de abril de 2023

Tem várias…uma delas..pneu recauchutado…bomba pura…deveria ser proibido…e junto a vulcan8zação de pneu e o uso do macarrão para consertar pneu…tudo gambiarra. As citadas são corretas e infeluzmente são feitas por pessoas que não se preocupam com suazsegurança e dos outros ou porque acham q podem manter um veículo.

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Rafael 28 de abril de 2023

Se bem colocado, o “macarrão” dura a vida toda

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Anderson 29 de abril de 2023

O macarrão simplesmente destrói a estrutura metálica do pneu ao enfiar aquela agulha para introduzir o macarrão simplesmente arregaça o aço do pneu…

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Rafael 29 de abril de 2023

Isso é exagero. Até parece que se abre um buraco no pneu pra colocar o macarrão.

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José Maria dos Santos 29 de abril de 2023

Na verdade não, prezado Geraldo. Pelo menos os pneus comerciais (ônibus, caminhões etc.) com os quais trabalho, podem e devem ser recauchutados/recapados, com total segurança, duas vezes, multiplicando a vida útil da rodagem por quase três. Reduz-se o custo de manutenção, do transporte e, consequentemente, dos produtos transportados. Reduz-se, inclusive o custo do pneu novo reduzindo também para quase 1/3 o gasto dos fabricantes com o descarte das carcaças, recolhidas por força d lei, que são queimadas nas usinas de cimento que cobram por isso. E ajudam muito na sustentabilidade, um problema sério para todos os países que não as queimam. Alguns, inclusive, lotam barcaças com elas e criminosamente abandonam em alto mar. Cabe também notar que, em alguns veículos, a função de sustentação dos pneus é até maior que a de rodagem, como em empilhadeiras etc. Um bom exemplo são os caminhões de coleta de lixo, com carroçaria compactadora: eles rodam a 5 km/h, e quase sem parar, com um desgaste brutal. As recauchutagens são fundamentais nesses negócios. Espero ter ajudado.
Grande abraço.

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Geraldo 29 de abril de 2023

Concordo em relação aos pneus de veículos pesados. Estava me referindo a pneus de carro e pickups e de motocicletas q parececq estão wuerendo fazer o mesmo…sinceramente acho absurdo. Em relação a pneus de veículos pesados recsuchutados o ideal é utilizar somente em eixo fixo e nas estradas normalmente sai aquela banda perigosa que ficam nas pistas oriundas de pneus recauchutados. Entendo prefeitamente mas não é seguro.

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Marcio 29 de abril de 2023

Vc está enganado rode em qq estrada por onde tráfego caminhões e verá as armadilhas deixadas por eles no formato de recapagens soltas eu mesmo já tomei muito susto com recapagens soltando de pneus de caminhões isso deveria ser proibido para caminhões que tráfego em em rodovias deixando utilizar somente em casos especiais

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Waslon 28 de abril de 2023

Dentre as gambiarras citadas, a que tem mais potencial para estourar mais a frente é o friso nos pneus 🙂

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Tiburtino Lacerda 28 de abril de 2023

Gostaria de saber, quais são as FONTES dessa matéria, ao afirmar que fazer um passe no torno mecânico, em um disco de freio, ocasiona RACHADURAS nessa peça.

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Elioricardoalvessilva 30 de abril de 2023

Até quem mexe com isso ou mexia não aconselha devido ao desgaste tenho um Duster troquei as pastilhas a tempo o rapaz disse que quando trocar de novo as pastilhas tenho que trocar os discos e já rodei bastante não e um modelo que come muita pastilha

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chicolelis 28 de abril de 2023

Belas dicas. Tomara que as pessoas que fazem essas coisas se conscientizem dos riscos que correm e arriscam a vida de gente inocente.

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Rafael 29 de abril de 2023

Infelizmente a grande maioria só quer comprar o carro, abastecer e andar, protelam a manutenção preventiva até chegar num ponto de fazer a corretiva que é muito mais cara. Agora se for para ter carro e não querer ter gastos, que já nem tenha, ou ande de uber.

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Caíque 28 de abril de 2023

É mais fácil estourar a camisinha do que as gambiarras!

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Ernesto Walter Schramm 27 de abril de 2023

Muitos discos de freio vem com a gravação da espessura mínima, permitindo o passe até esta medida.

Então, respeitando essa medida, é perfeitamente seguro dar um passe no disco, desde que o outro disco só mesmo eixo também receba o passe, para ficar com a mesma medida.

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Edmilson 27 de abril de 2023

Seria bom se todos pudessem ter um bom carro e dinheiro para mantê-lo, mas já começa das montadores

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Luiz Guilherme B Santos 29 de abril de 2023

Os discos de freio permitem passe no torno até a espessura mínima estampada no perímetro dos mesmos. O problema é que este procedimento retira a camada cementada da superfície ( endurecida por cementacao que é um tratamento térmico ). Após o passe o desgaste passa a ser muito mais rápido tanto para os discos como para as pastilhas.

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Rodolfo 26 de abril de 2023

E também tem aqule que:
1. completa o fluido de freio ao invés de corrigir o vazamento;
2. não troca o fluido de freio a cada 2 anos;
3. não troca o óleo do motor, só completa o nível;
4. usa a gasolina mais barata que encontra…

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Santiago 26 de abril de 2023

O “mais baratinho” que sai muito caro.

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Polvo 26 de abril de 2023

Alguns fazem isso por muquiranice, mão-de-vacaquice, etc. Mas acredito que a maioria fazem essas gambiarras por falta de dinheiro mesmo.

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José Maria dos Santos 1 de maio de 2023

Simples como isso. Perfeito!

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