Mulher ligeiramente grávida é impossível. Mas carro ‘levemente’ híbrido é fato!
Poucos compreendem a tecnologia dos carros híbridos e elétricos. E, para complicar, ainda surgiu o híbrido 'leve'...
Por Boris Feldman 06/06/20 às 09h00Poucos compreendem a tecnologia dos carros híbridos e elétricos. E, para complicar, ainda surgiu o híbrido 'leve'...
Por Boris Feldman 06/06/20 às 09h00O primeiro carro híbrido foi obra de Herr Ferdinand Porsche em – acreditem – 1900, mas poucos compreendem seu funcionamento. Até porque o elétrico é simples: roda com energia das baterias e ponto final. A encrenca são os híbridos, todos com motores a combustão e elétrico, mas cada um de um jeito.
O híbrido plug-in tem uma quantidade bem menor de baterias que o elétrico. Se o carro passar a noite recarregando-as, é capaz de rodar algumas dezenas de quilômetros eletricamente.
Não queima, neste caso, uma gota de gasolina e pois é movido apenas pelas baterias. Quando elas se esgotam , entra em ação o motor a combustão. Entre outros, existe no Brasil o plug-in Golf GTE ou o Volvo S60 T8.
O híbrido não plug-in (que não se recarrega na tomada) tem o Toyota Prius como bom exemplo. Seus dois motores (combustão e elétrico) movimentam independentemente o carro, que pesa e custa muito menos que o plug-in, pois tem um número ainda menor de baterias. Só com elas, ele roda cerca de 10 km, enquanto o plug-in pode superar os 50 km. Aí a questão: se não se liga na tomada, como se recarregam suas baterias?
Pelo sistema de regeneração: cada vez que o motorista pisa no freio, ou reduz a marcha no câmbio ou simplesmente tira o pé do acelerador, as baterias são recarregadas pelo alternador. Ou seja, está-se aproveitando uma energia que seria desperdiçada no carro convencional e por isso seu reduzido consumo.
Aí está o pulo do gato deste híbrido: cada quilômetro que roda apenas eletricamente tem consumo zero.
Mais ou menos o mesmo conceito que a turbina do motor: ela é movimentada pela energia dos gases de escapamento, não aproveitada nos motores aspirados. Por isso o motor turbinado é muito mais eficiente que o aspirado, oferecendo maior potência e menor consumo.
A terceira solução, também sem cabo na tomada, é o chamado mild-hybrid ou híbrido “de leve”.
Sua principal diferença é ter apenas um pequeno motor elétrico que, ao contrário dos outros dois híbridos, é incapaz de movimentar o carro, mas apenas “dá uma força” para o motor a combustão que tem várias funções, e fica permanentemente engatado entre o motor a combustão e a transmissão:
São inúmeras suas vantagens: além de aumentar a potência e reduzir consumo e emissões, o sistema suprime todas as polias e correias no arranque, alternador, compressor do ar-condicionado e bomba d’água. E também o próprio motor de arranque, reduzindo o volume ocupado pelo motor.
A Mercedes-Benz chama o sistema mild-hybrid de EQ Boost e o aplica em vários modelos, inclusive no Classe C 200 montado no Brasil. Volvo, Audi, Kia e outras também o utilizam.
Veja no vídeo o funcionamento de um motor com o sistema
A Nissan lançou outra solução. Seu híbrido é tracionado somente por um motor elétrico. Mas suas baterias são exclusivamente carregadas por um pequeno motor a combustão. Chamado e-Power, chega ao Brasil em 2021 com o novo Nissan Kicks.
O BMW i3 é um elétrico com autonomia de cerca de 300 km, mas, quando as baterias se esgotam, ele oferece – opcionalmente – a mesma solução da Nissan para continuar rodando.