Carros novos na Europa só elétricos, a partir de 2035

União Europeia e bate o martelo para a eletrificação total no continente a partir de 2035 para eliminar emissão de gases que causam efeito estufa

carro elétrico
O veículo elétrico é tido como a alternativa mais prática para aposentar de vez o motor a combustão no Velho Mundo (Foto: Internet)
Por Fernando Calmon
Publicado em 18/06/2022 às 12h03

A União Europeia (UE) saiu na frente dos três outros grandes polos da indústria automobilística mundial – China, EUA e Japão – no cronograma efetivo de implantação de automóveis e comerciais leves (furgões e picapes) com emissão zero de gás carbônico (CO2). O Parlamento Europeu com 56% de votos favoráveis estabeleceu agora duas datas-limites: este gás de efeito estufa terá de diminuir 50% até 2030 e 100% até 2035.

Pesou nessa decisão os estudos da Comissão Europeia que apontaram o transporte em ruas e estradas como responsável por 20% de toda a emissão de CO2. Mas pelo menos 5% se referem a caminhões e ônibus a diesel e para estes não foi apontada uma solução mandatória nem prazo específico. Por outro lado, os eurodeputados deixaram de engessar as soluções técnicas.

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Há três opções: carros elétricos a bateria, eletropilhas a hidrogênio (fuel cell) que alimentam o motor elétrico e até motores a combustão interna abastecidos exclusivamente com hidrogênio que só emitem vapor d’água pelo escapamento. Essa terceira alternativa é pouco viável, embora algumas fabricantes ainda a considerem por ter impacto bem menor no preço dos carros convencionais. Hidrogênio é o elemento químico mais presente no planeta, mas separá-lo da água exige grande quantidade de energia elétrica e depois armazenamento a pressão altíssima de 800 bares.

Faltam duas etapas mais fáceis de vencer: a reunião homologatória do Conselho de Ministros da UE, no segundo semestre, e a concordância unânime dos 27 países deste bloco econômico. No total o continente europeu reúne 50 países e nem todos têm condições financeiras de seguir essa decisão.

Recarga de elétricos

Outro ponto importante: os europeus querem uma rede pública, nas estradas, de postos de recarga ultrarrápida de pelo menos 150 kW. Entretanto, a maioria dos postos só utiliza os de 50 kW. Já existe uma diretiva (não ainda uma obrigação) de que até 2025 se implante pelo menos um carregador ultrarrápido a cada 60 km de rodovias internacionais e até 2030 nas estradas secundárias.

Trata-se de um desafio que governos e empresas independentes terão de vencer juntos. Recargas nas cidades são fáceis de implantar e o uso urbano do carro elétrico deve se transformar em algo corriqueiro. Os estudos apontam que há necessidade de pelo menos 350.000 postos de recarga na UE, mas estes ainda não chegaram a 100.000.

Uma das maiores diferenças entre híbrido comum e o plug-in está na autonomia da bateria
Para o plano europeu dar certo, é fundamental a expansão dos pontos de recarga dos elétricos (Foto: Porsche | Divulgação)

Os subsídios por parte dos governos nacionais na compra de um carro elétrico ou híbrido plugável continuam. Nas, no início desta semana a Inglaterra, que não faz parte da UE, decidiu cortar todos os estímulos fiscais existentes desde 2011. O governo inglês tem uma meta mais ambiciosa: em 2030 todos os carros novos serão elétricos. Vai direcionar seus investimentos na ampliação da rede de recarga e de geração de energia eólica para garantir eletricidade a partir de fontes que não emitam gás carbônico.

O Brasil tem 80% de sua geração de energia elétrica sem emissão de CO2. Entre os desafios estão os preços altos dos modelos elétricos, a rede de recarga em estradas e falta de escala para produção local. Principal incentivo atual é a isenção do imposto de importação de 35% sobre veículos elétricos.

Alta roda

TRÊS novos SUVs elétricos serão importados pela GM para o Brasil e América do Sul. Logo no início de 2023 chega o Bolt EUV que terá estilo próprio, porém baseado no atual Bolt, mais espaço interno (mais 7,5 cm de entre-eixos) e porta-malas maior. As outras duas novidades serão o Blazer EV e o Equinox EV. O primeiro estreia aqui no segundo semestre do próximo ano e o Equinox com estilo ousado de linhas limpas e atraentes chega entre o final de 2023 e o começo de 2024. Este cronograma poderá ser antecipado se a demanda pelos novos produtos nos EUA permitir uma folga para exportações.

chevrolet blazer ev ss vermelho frente com casa moderna ao fundo
Chevrolet Blazer EV é um dos novos SUVs elétricos que a GM quer vender no Brasil (Foto: GM | Divulgação)

PORSCHE Cayenne Turbo GT é o SUV com espírito de 911. Motor 4.0 V-8 biturbo igual ao Audi RSQ8 e Lamborghini Urus, mas tem partes modificadas e ajustes exclusivos. Números impressionam: 640 cv e 86,7 kgf.m, 0 a 100 km/h em 3,3 s e máxima de 300 km/h. Teto em fibra de carbono, material usado também no difusor traseiro. O escapamento de titânio é 18 kg mais leve. Controle de largada aprimorado e modos Sport e Sport Plus entregam reações mais rápidas. Na pista, estabilidade acima da média para um SUV de porte grande e permite até abusos. Cayenne é o novo recordista de uma volta em Interlagos entre os SUVs. Preço: R$ 1.325.000.

JAC E-J7 é um sedã-hatch médio chinês, 100% elétrico, sem muitas pretensões no mercado. O próprio importador estima vender até 50 unidades por mês (R$ 280.916). Com 2,77 m de entre-eixos e assoalho plano oferece espaço interno muito bom e porta-malas de 590 litros (método de cálculo fora do padrão VDA). Vidro traseiro pequeno limita a retrovisão. Desempenho destaca-se como em todo elétrico: torque instantâneo de 34,7 kgf.m e 192 cv. Raspa a parte central do chassi em lombadas mais pronunciadas. Incomoda no para e anda do trânsito o zumbido de alerta a pedestres, abaixo de 30 km/h, porque vaza para a cabine.

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8 Comentários
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Andre 20 de junho de 2022

Concordo com todos os comentários acima!

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Andre 20 de junho de 2022

Abaixo, quero dizer…

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Ricardo 20 de junho de 2022

Sou da mesma opinião, não vai despoluir nada , e ainda por cima vai causar um grande desemprego sendo que carros elétricos usam muito menos peças que carro a combustão.
E a melhor alternativa é mesmo os motores movidos a álcool, ou quem sabe a hidrogênio

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Luiz 24 de abril de 2023

Vai despoluir os grandes centros, onde há a maior concentração de poluentes… Além de salvar milhões de vidas que são perdidas todos os anos por causa da poluição e economizar bilhões em contas médicas. Sim, pode gerar desemprego, mas quem sabe a resposta não está na extinção da necessidade de trabalhar? Tipo, os países terem uma renda universal?

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Rodrigo 18 de junho de 2022

Eu realmente fico me questionando se esses “intelectuoides” que estão pressionando a invasão de carros elétricos tem refletido sobre TODA A CADEIA E AS CONSEQUÊNCIAS DISSO!

1) A cadeia de produção e descarte das baterias de carros elétricos e TÃO OU MAIS POLUIDORA QUE CARROS A COMBUSTÃO

2) Já existem estudos que comprovam que o carro abastecido com etanol polui MENOS que toda a cadeia que envolve o carro elétrico

3) O custo exorbitante para aquisição de um carro elétrico e o ROIC (Retorno do Investimento) com a suposta economia de custos com combustível. Dependendo do caso, você vai recuperar isso após mais de 20 anos…

4) ALGUEM JA PAROU PARA PENSAR NAS CONSEQUÊNCIAS QUE TEREMOS COM VARIOS CARROS ELETRICOS SENDO RECARREGADOS EM TOMADAS????????

SE HOJE, DEVIDO À CRISE HÍDRICA X CAPACIDADE E NIVEL DAS REPRESAS JA TEMOS DIVERSAS CORES DE BANDEIRAS PARA JUSTIFICAR O ALTO PRECO DA ENERGIA ELETRICA, COMO.PASSARA A SER QUANDO VARIOS CARROS ELETRICOS COMECAREM A SER CARREGADOS NAS TOMADAS????

PARA QUANTO IRA O CONSUMO DE ENERGIA E O VALOR DA CONTA???? QUANTAS CORES DE BANDEIRAS VAO INVENTAR????

E, O PIOR DE TUDO…COMO FICARAO OS NIVEIS DAS REPRESAS????? VAMOS NOS PRIVAR DE BANHO E AGUA PARA HIGIENE E SAUDE SO POR CAUSA DESSE BANDO DE INTELECTUOIDE QUE NAO ESTA ENXERGANDOTODAS AS CONSEQUÊNCIAS QUE ISSO OCASIONARA NO MUNDO E NA VIDA DAS PESSOAS?????????

PELO AMOR DE DEUS, PAREM COM ESSA APOLOGIA A CARRO ELETRICO!!!

EXIATEM ALTERNATIVAS MUITO MELHORES, COMO O PROPRIO ETANOL, PROVENIENTE DE FONTE RENOVAVEL!!!!!

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Tiago 18 de junho de 2022

Rapaz, eu tenho pensado como você. Os caras tão com crise pra esquentar as casas e estão apostando gastar mais…
Tem algum esquema aí…

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Ricardo 20 de junho de 2022

Sou da mesma opinião, não vai despoluir nada , e ainda por cima vai causar um grande desemprego sendo que carros elétricos usam muito menos peças que carro a combustão.
E a melhor alternativa é mesmo os motores movidos a álcool, ou quem sabe a hidrogênio

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Rodrigo 24 de abril de 2023

A cadeia de produção é basicamente a mesma, porém, com bem menos peças e bem menos necessidade de manutenções. Obviamente, também menos acidentes. Já existe empresas especializadas na restauração das baterias. Não, um carro elétrico polui bastante menos que um à combustão. Isso já nem é mais ponto de debate. Os países inicialmente estão dando subsídios, então atualmente na Europa um carro elétrico custa ao consumidor praticamente o mesmo de um convencional. A autonomia dos carros elétricos irão aumentar, mas os hoje postos de gasolina serão postos de recarga, a infra já está lá, bastará substituir as bombas por pontos de recarga.
Obviamente haverá a necessidade de ser ampliar a produção de energia elétrica. Você poderá fazer isso via células fotovotaicas e eólica de forma centralizadas ou até descentralizar, criando mini-estações de produção de energia no topo dos postos de gasolina, supermercados, shoppings, etc…

E isso já foi medido, o custo por km rodado na energia elétrica é menor que usando combustíveis. Baseando o preço médio da gasolina a R$6,08, o custo por km rodado é de R$0,41 em veículos à combustão, e via elétrico, de R$0,11. Isso sem contar àquelas residências que tem produção elétrica via painés solares, por exemplo. E claro, alguns shoppings que de momento ofertam de graça.

Não há como comparar, pois além do custo inferior, há a questão das revisões e manutenções que são bem mais baixas em veículos elétricos.

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