Letreiro da fábrica de Taubaté (SP), que estava em atividade desde a década de 1970 (Foto: Ford | Divulgação)
Nesta quinta-feira (11) completa-se exatamente um mês desde que a Ford anunciou o fechamento de todas as suas fábricas no Brasil. Com essa medida, a empresa seguirá atuando no país apenas como importadora. Porém, o que se seguiu à decisão foram desdobramentos envolvendo os trabalhadores e a justiça, que deixaram a multinacional em um impasse.
Em um comunicado enviado à imprensa no dia 11 de janeiro, a Ford informou que manteria as fábricas de Camaçari (BA) e de Taubaté (SP) em funcionamento apenas por mais alguns meses, para reforçar os estoques de peças no pós-venda. Ao mesmo tempo, iniciaria as demissões de aproximadamente 5.000 funcionários. Porém, até o momento, a empresa não conseguiu fazer nem uma coisa, nem outra.
Ocorre que os funcionários suspenderam os atividades nas duas unidades industriais. Paralelamente, os sindicatos ingressaram com ações no Ministério Público do Trabalho (MPT), que resultaram em liminares, concedidas pela justiça na semana passada.
Os documentos, que têm caráter provisório, impedem a empresa de negociar individualmente com os trabalhadores e obrigam o pagamento de salários e de licenças remuneradas enquanto os contratos estiverem em vigor. Em Taubaté (SP), a Ford ainda está proibida de vender maquinários ou bens das fábricas.
Fábricas da Ford estão paradas
De acordo com os Sindicatos dos Metalúrgicos de Camaçari (BA) e de Taubaté (SP), os trabalhadores fazem vigílias ininterruptas nas portas das fábricas da Ford. Ambas as entidades comunicaram que decisão judicial deu tranquilidade aos funcionários e que nenhuma demissão foi efetivada. Na cidade do interior paulista, também foram organizadas carreatas para protestar contra a extinção dos empregos.
O MPT lembrou que a Ford recebeu vários incentivos fiscais para erguer as fábricas brasileiras. A contrapartida seria, justamente, a criação dos postos de trabalho que agora estão sendo extintos. Além das demissões diretas, o encerramento das atividades industriais da multinacional ocasionará a perda de outros milhares de empregos indiretos. O órgão formou um grupo de trabalho para acompanhar o caso.
O AutoPapo também entrou em contato com a Ford, que não se manifestou até a publicação desta reportagem. Porém, o caso é que o imbróglio não deverá ter um desfecho rápido. E, talvez, nem barato: na França, a multinacional teve que arcar com um ressarcimento de € 20 milhões (cerca de R$ 130,5 milhões) ao Estado após fechar uma fábrica em 2019. Cada um dos 850 demitidos recebeu uma indenização de € 190 mil (R$ 1,2 milhão).
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Francisco coelho de Amorim
12 de fevereiro de 2021
Eu tenho caminhão Ford cargo e não aconselho ninguém comprar carro da marca Ford hoje eu preciso comprar peças e não encontrei nas revendedora que tem obrigação de garantia peça por dez anos mas não está cendo cumprida a lei
Também esses governos do capeta do satanás governo estadual federal e municipal so fala em imposto nunca favorece nso da nenhum incentivo fiscal..
Num país democratico fica quem quer e sai quem quer..
Porque os três governo não negociaram a pernanencia…
Sou da opinião que a própria Ford é a maior responsável pela sua situação atual. Claro, existem questões tributárias e mercado. A Ford parou no tempo, não se atualizou e seu portifólio é minimalista.
Imagina a vontade de ferrar com a Ford (sabendo que serão desligados) esses funcionários ainda terão que voltar a trabalhar por um ou dois meses para abastecer o mercado de reposição.
As peças de reposição dos KA, Ka + e EcoSport deverão ter no mínimo qualidade duvidosa.
Os funcionários estão “putos”.