Confira os fabricantes mais vitoriosos como fornecedores de motor na Fórmula 1

Muitas marcas tentaram se aventurar na Fórmula 1 como fornecedor de motor, mas a maioria fracassou; Veja quais foram as mais vitoriosas nessa empreitada

Honda foi fornecedor de motor da McLaren nos três títulos de Ayrton Senna na Fórmula 1
Honda foi fornecedor de motor da McLaren nos três títulos de Ayrton Senna na Fórmula 1 (Imagem: Autowp.ru)
Por Bernardo Castro
Publicado em 01/05/2022 às 11h41

Desde o seu início, na distante década de 50, a Fórmula 1 é caracterizada pelas inovações e por buscar trazer para os carros tudo o que há de mais moderno, a fim de tornar as máquinas as mais potentes possíveis.

Por isso, o caminho até a glória na maior categoria do automobilismo mundial não é fácil. Afinal, é necessário uma harmonia perfeita em investimentos – que são altíssimos – e planejamento, para contar com engenheiros competentes capazes de interpretar bem o regulamento técnico e lidar bem com as mais sofisticadas tecnologias.

Montadoras bem sucedidas como fornecedor de motor na Fórmula 1

Para se ter uma ideia de como o desafio é difícil, em 72 temporadas, a Fórmula 1 já teve 87 fornecedores de motores de marcas diferentes, mas apenas 20 deles foram capazes de vencer pelo menos um Grande Prêmio.

Por isso, o AutoPapo listou os fabricantes mais bem sucedidas da Fórmula 1 como fornecedores de motor. Coincidência – ou não – a maioria deles está presente no grid 2022 da categoria.

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1. Ferrari

A Ferrari F2002 foi um dos carros mais dominantes da história da Fórmula 1, vencendo 15 das 17 corridas em 2002
A Ferrari F2002 foi um dos carros mais dominantes da história da Fórmula 1, vencendo 15 das 17 corridas em 2002

A história da Ferrari está muito ligada à Fórmula 1 e a marca italiana é a única a marcar presença em todas as temporadas da história da categoria. Ela teve alguns momentos de baixa, é verdade, mas, independente da fase boa ou ruim ,sempre chamou a atenção no grid, tanto dos grandes pilotos quanto dos fãs.

Não é para menos. Afinal, hoje ela é a maior vencedora – tanto como equipe como fornecedora de motores – da F1. São 241 vitórias, sendo 240 pelo time principal e 1 fornecendo motores para a Toro Rosso, em 2008. E esses números ainda estão sujeitos a mudança, visto que a marca italiana é uma das favoritas ao título em 2022.

Juan Manuel Fangio, Niki Lauda, Alain Prost, Michael Schumacher e Sebastian Vettel são alguns dos grandes nomes que passaram pelas garagens de Maranello. Nem todos foram campeões em suas passagens, é verdade. Mas foram, de certa forma, muito importantes na história da Ferrari.

Além das vitórias, ela soberana no que diz respeito a conquista no Campeonato de Pilotos e Construtores: São 15 e 16 triunfos, respectivamente.

2. Mercedes

A potência e a confiabilidade dos motores Mercedes foram fundamentais para a montadora dominar a Fórmula 1 por 8 anos consecutivos
A potência e a confiabilidade dos motores Mercedes foram fundamentais para a montadora dominar a Fórmula 1 por 8 anos consecutivos

Quando o assunto é motor vitorioso, a Mercedes não fica muito atrás da Ferrari. A marca alemã estreou na categoria em 1954 onde permaneceu até 1955, quando resolveu abandonar as competições por causa do gravíssimo acidente que envolveu um de seus carros durante as 24h de LeMans daquele ano.

Naquele período, a Mercedes dominou a F1 e acumulou 9 vitórias, em uma época que as corridas não eram tão frequentes como hoje. Mas a fabricante alemã conquistou ainda mais vitórias quando decidiu voltar à Fórmula 1 como fornecedor de motores, em 1994. Inicialmente a parceria começou com a Sauber, mas no ano seguinte a empresa já firmou uma aliança com a McLaren.

Junto ao time britânico, entre 1995 e 2014, a Mercedes somou 78 vitórias, 3 títulos de pilotos e 1 de construtores. Em 2009, impulsionou os bólidos Brawn GP, onde conseguiu mais oito vitórias e foi Campeã de Construtores e de Pilotos com Jenson Button.

Mas o melhor ainda estava por vir. Em 2010, a Mercedes comprou a Brawn GP e fez sua própria equipe. Entre 2010 e 2013 foram “apenas” quatro vitórias com a equipe equipe principal. No entanto, quando a F1 adotou os motores híbridos, em 2014, a Mercedes se tornou a equipe mais dominante da história da categoria e venceu 111 corridas, 8 Campeonato de Construtores e 7 de pilotos.

Racing Point e McLaren (que reestabeleceu a parceria) também venceram corridas em 2020 e 2021, respectivamente. Então, ao todo, como fornecedor de motores na Fórmula 1, a Mercedes venceu 212 corridas, 10 Campeonatos de Construtores e 12 de Pilotos.

3. Ford Cosworth

A Ford conquistou 44 vitórias como fornecedor de motor para a Lótus na Fórmula 1
A Ford conquistou 44 vitórias como fornecedor de motor para a Lótus na Fórmula 1

Sabemos que a tentativa da Ford de colocar uma de suas marcas – e aqui leia-se Jaguar – como equipe de Fórmula 1, não deu muito. No entanto, a história como fornecedora de motores é outra. Muito laureada, inclusive.

A Ford fez uma parceria com a Cosworth – fabricante inglesa de propulsão para carros esportivos e de corrida – que, com os motores V8, dominou a categoria por muitos anos.

O custo operacional da unidade de potência era baixo e tinha uma confiabilidade muito boa. Por isso, entre o final da década de 1960 e o início de 1980 quase todas as equipes utilizaram essa propulsão, que também foi responsável por ajudar várias equipes garagistas a terem um carro competitivo.

O primeiro período de domínio da Ford Cosworth como fornecedor de motor na Fórmula 1 foi, precisamente, entre 1967 e 1983, quando venceu 155 GPs. Depois, os motores turbo chegaram à categoria e a propulsão da marca americana foi perdendo terreno.

A redenção chegou quando os motores aspirados voltaram à categoria. Nesse recorte, a Ford desenvolveu um motor V8 que emplacou vitórias na virada para os anos 1990. Em 1994, impulsionou a Benneton, campeã de Michael Schumacher com o Ford Zetec. Em 1999 e 2003, cravou uma vitória com Stewart e Jordan, respectivamente.

Falando em números, foram 176 triunfos por 15 equipes, sendo elas: Lotus (47), McLaren (35), Tyrrell (23), Williams (17), Brabham (15), Benetton (14), Matra (9), Ligier (5), March (3), Wolf (3), Hesketh (1), Jordan (1), Penske (1), Shadow (1) e Stewart (1).

4. Renault

Fernando Alonso foi fundamental no bicampeonato da Renault em 2005 e 2006
Fernando Alonso foi fundamental no bicampeonato da Renault, em 2005 e 2006

A marca francesa chegou à Fórmula 1 em 1977 explorando algumas “brechas” do regulamento e trouxe, junto à sua própria equipe, o motor V6 turbo de 1,5 litro. As primeiras vitórias vieram em 1979, e os títulos ficaram apenas no “cheirinho”, principalmente em 1982 e 1983. Nesse período, a Renault acumulou 14 vitórias.

Em 1982, os franceses fecharam uma parceria com a Lotus, que rendeu 5 vitórias e durou até a Renault abandonar o certame pela primeira vez, em 1986. Mas o futuro guardava coisas boas para o futuro.

Em 1989, foi adotado o regulamento dos motores aspirados, e a Renault voltou como fornecedor de motor na Fórmula 1 com um propulsor de dez cilindros, em uma colaboração de longa data com a Williams, que durou até o fim da temporada de 1999. A aliança deu à escuderia britânica 63 vitórias e quatro Campeonatos de Construtores e Pilotos.

Ainda na década de 90, especificamente em 1995, a Benetton encerrou os negócios com a Ford e migrou para a unidade de potência dos franceses, que impulsionou Michael Schumacher rumo ao bicampeonato. Em 2002 a Renault assumiu as operações da Benetton e voltou ao grid com uma equipe própria. A primeira vitória foi apenas no GP da Húngria, em 2003, e os anos de grandes glórias foram entre 2004 e 2008, quando conquistou mais 19 vitórias e o bicampeonato mundial de construtores e pilotos, com Fernando Alonso.

A última empreitada de sucesso dos franceses foi junto à Red Bull. O casamento teve início em 2007 e os triunfos vieram entre 2009 e 2014, resultando em 50 vitórias e quatro títulos de pilotos e equipes para o time das bebidas energéticas.

Poderiam ter sido 59, caso a equipe taurina não tivesse se frustrado com a propulsão francesa e fechado uma parceria com a relojoeira Tag Heuer, que pagaria pelos motores a partir de então. Dessa forma, oficialmente as vitórias da RBR entre 2016 e 2018 não foram com motor Renault, mas com as unidades TAG Heuer – que nada mais era a unidade francesa com outro nome.

A Renault ainda teve vitórias avulsas com Lotus (2) e Williams (1) entre 2012 e 2013, e em 2021 com a Alpine (1), time oficial de fábrica que faz parte do grupo Renault.

Até hoje, são 179 vitórias e 10 campeonatos de pilotos e equipes para os franceses.

5. Honda

Como fornecedora de motor da McLaren na Fórmula 1, a Honda ajudou tornar o modelo MP4/4 um dos mais dominantes da categoria: 15 vitórias em 16 corridas
Como fornecedora de motor da McLaren na Fórmula 1, a Honda ajudou tornar o modelo MP4/4 um dos mais dominantes da categoria: 15 vitórias em 16 corridas

A maca japonesa tem uma rica história na Fórmula 1, que foi marcada por idas e vindas tanto como em equipe propriamente dita, quanto como fornecedor de motor. As duas tentativas de se estabelecer como escuderia não deram muito certo. Na primeira tentativa, somou apenas duas vitórias entre 1964 e 1968.

Em sua segunda passagem como equipe, assumiu as operações da BAR em 2006 – quando conseguiu sua única vitória – mas voltou a abandonar a categoria dois anos depois.

O maior o sucesso da Honda na fórmula 1 está em sua trajetória como fornecedora de motores. Entre os anos 1985 e 1991, nenhum propulsor foi tão poderoso quanto o dos japoneses, que naquela época forneceu motores para Williams e, posteriormente, para Lotus e McLaren.

Ao lado de Sir Frank Williams, a Honda cravou 23 vitórias, além do tricampeonato de Nelson Piquet e o título de construtores da temporada de 1987. Mas a aliança mais emblemática foi com a McLaren, entre 1988 e 1992, que ficou marcada pelas 44 vitórias, 4 títulos de pilotos e construtores e a lendária rivalidade entre Ayrton Senna e Alain Prost.

Após o hiato no início dos anos 2010, a Honda tentou reviver os tempos laureados com a McLaren em 2014, mas não rendeu frutos. A montadora japonesa se juntou então à Toro Rosso, em 2018, e à Red Bull, em 2019. A partir daí, os japoneses voltaram a sorrir na categoria: foram 17 vitórias e 1 título de piloto com Max Verstappen em 2021.

Por decisões estratégicas, a Red Bull anunciou a sua saída da F1 antes do início da temporada 2021. A partir da temporada 2022, a Red Bull assumiu as operações da unidade de potência da Honda, e o motor agora se chama Red Bull Powertrain. Entretanto, os nipônicos ainda dão apoio à Red Bull e Alpha Tauri.

A fabricante deixou a Fórmula 1 com 78 vitórias, 6 títulos de pilotos e 5 entre os construtores.

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1 Comentário
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Edson 15 de agosto de 2023

Acho que faltou a BMW, com aquele motor de 4 cilindros do capirotto, ganhou o campeonato de 83 e era o mais potente dos treinos equipando a Beneton em 1986

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