Filosa: pandemia vai gerar novos clientes. Você se enquadra?

Bola de Cristal do presidente da Fiat Chrysler aponta um tripé de consumidores que reforçariam o mercado de automóveis

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Mercado deve mudar no pós-pandemia (Foto: Shutterstock)
Por Boris Feldman
Publicado em 27/06/2020 às 09h00

O mercado de automóveis vai mal, obrigado, mas com perspectivas razoáveis. É o que sinaliza o mercado pós-pandêmico. Que muitos resolveram chamar de “novo normal”, seja lá o que isso possa significar.

Antonio Filosa, que comanda a FCA na América do Sul, em entrevista na semana passada para a CNN Brasil, acionou sua bola de cristal para prever o comportamento do setor neste futuro que, imagina-se, seja menos sombrio do que se imagina.

Disse estar otimista (mas não muito…), pois apesar de possíveis retrações provocadas por um novo comportamento do consumidor, ou seja, a adesão ao car-sharing, à locação, ao home office, às reuniões online, à bicicleta elétrica e sabe-se lá que outras opções que prejudicam a venda de automóveis.

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A se confirmarem essas tendências, com uma inevitável queda no volume  de consumidores, Filosa acena com hipóteses que seriam um contraponto a estas previsões negativas. Nas teorias da física, é o que se chama de “a cada ação existe uma reação igual e de sentido contrário”.

As hipóteses levantadas pelo big shot da FCA formam um tripé que injetaria ânimo no setor:

1. Demanda reprimida

Durante os meses da pandemia, muitos clientes abonados, em condições financeiras de renovar a garagem, se retraíram e consideraram mais adequado aguardar os acontecimentos. Até por estarem literalmente isolados e privados do sagrado direito de ir e vir, com seus habituais destinos lacrados pelo covid-19.

Um efeito psicológico reforça este argumento: a sensação de muitos que, tolhidos de sua liberdade e seus prazeres durante meses, vão acionar com mais entusiasmo seu “animus comprandi”. Se o mundo voltou a se abrir – é o que pensam – não vou deixar por menos e gozar de tudo a que tenho direito. E com muita força…

2. Home office

Uma considerável parcela do público procurava, por uma questão de praticidade, morar nas proximidades de seu local de trabalho. A uma ou duas estações de metrô, por exemplo. Ou mais perto ainda.

Mas a pandemia provou não ser determinante a necessidade presencial na loja ou no escritório. Muitas vendas, negócios ou reuniões na empresa ou entre duas delas estão sendo realizadas on-line. O que não significa o fim do relacionamento “olho no olho”, mas que vai ocorrer com menor frequência.

Com a redução da presença no local de trabalho, o funcionário pode imaginar um “deslocamento habitacional”, ou seja, sair em busca de um local mais aprazível para morar. Trocar o apartamento no centro da cidade por outro, ou por uma casa, em condomínios campestres, por exemplo.

Neste caso, a família que não tinha carro na vaga, passaria a encarar a possibilidade de comprá-lo. A que se contentava com um único, passa a pensar no segundo.

3. Privacidade

Um batalhão de  trabalhadores que sempre se utilizou do transporte coletivo e jamais pensou no individual pode mudar de idéia. Muitos que tinham dúvidas entre a posse ou não de um carro ou moto, receberam um bom estímulo para refletir sobre suas vantagens.

A pandemia foi mais um argumento para os benefícios de se contar com seu próprio veículo. E a outra parcela, que nem cogitava desta hipótese, passou a considerar o sacrifício financeiro para reduzir os riscos sanitários de se utilizar de um trem, ônibus ou metrô.

Além disso, as fábricas não entregaram os pontos e, com ou sem covid-19, não interromperam o programa de lançamento de novos modelos. Só na semana passada,  o grupo Caoa apresentou o Arrizo 6, a Volkswagen iniciou as pré-vendas de seu novíssimo utilitário-cupê-hatch-crossover Nivus. E a Fiat atacou com a nova Strada. Todos, naturalmente, online.

Finalmente a associação das fábricas (Anfavea) estima que o governo federal está sensibilizado para – direta ou indiretamente – apoiar o setor e amenizar o tamanho do tombo na produção e vendas este ano.

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